Vinte e dois antigos embaixadores da UE pedem pressão sobre Israel

Vinte e dois antigos embaixadores da UE para o Médio Oriente pediram hoje à diplomacia comunitária que exerça pressão sobre Israel devido à ofensiva em Gaza, numa "mensagem clara sobre medidas eficazes" para um cessar-fogo.

União Europeia, UE, bandeira,

© Kristian Tuxen Ladegaard Berg/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
10/07/2025 18:29 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Resta saber se um cessar-fogo verdadeiramente duradouro em Gaza se concretizará, mas mesmo que as hostilidades sejam interrompidas, acreditamos que é necessário enviar uma mensagem clara ao governo israelita, além das declarações, de que a UE tomará medidas eficazes -- quanto mais não seja para manter a pressão sobre o governo israelita até que este esteja pronto a calar as armas e a escolher a diplomacia em vez da agressão", indicaram 22 altos funcionários europeus.

 

Numa carta aberta enviada aos presidentes do Conselho Europeu, António Costa, da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, bem como à chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, e a comissária europeia responsável pela pasta da Democracia, os responsáveis propõem, se não for possível a suspensão total do acordo de associação entre o bloco comunitário e Israel, a suspensão da parte referente à competência comunitária sobre preferências comerciais e programas de investigação.

"O facto de não se tomar qualquer medida irá manchar ainda mais a reputação já prejudicada da UE na região e, de um modo mais geral, a sua política externa no mundo em geral, onde tem sido alvo de sérias críticas com base na duplicidade de critérios relativamente à sua posição de princípio e inequívoca sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia", concluíram os antigos diplomatas.

Entre os signatários estão a cipriota Androulla Kaminara e o britânico Geoffrey Barrett.

Quando se assinalam 21 meses de guerra entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel, Qatar, Estados Unidos e Egito conduzem difíceis negociações para alcançar um cessar-fogo.

Hoje mesmo, a UE chegou a acordo com Israel para expandir o apoio humanitário no enclave palestiniano da Faixa de Gaza, com mais pontos de passagem e camiões com comida, anunciou a representante da diplomacia europeia.

Nas conclusões aprovadas na cimeira europeia de final de junho em Bruxelas, os chefes de Governo e de Estado da UE "deploraram a terrível situação humanitária" na Faixa de Gaza, perpetrada por Israel, considerando "inaceitável o número de vítimas civis e os níveis de fome" com o bloqueio à entrada de camiões no enclave palestiniano.

No texto, o Conselho Europeu disse também tomar "nota do relatório sobre o cumprimento do Artigo 2.º do acordo de associação entre Israel e a UE", que dá conta de violações dos direitos humanos por parte de Telavive, e anunciou que em julho vai começar a discutir como proceder.

Em entrevista à Lusa dias depois, o presidente do Conselho Europeu assegurou que a UE tem "uma panóplia" de decisões com "consequências concretas" que pode tomar sobre a relação com Israel devido à violação dos diretos humanos em Gaza.

A posição surge numa altura em que se registam mais de 57 mil mortos e mais de 120 mil feridos desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas em outubro de 2023.

É também estimado que cerca de 470 mil pessoas estejam em risco de fome severa, com dezenas de civis mortos enquanto esperavam ajuda humanitária nas últimas semanas.

Leia Também: Starmer compromete-se a "reconhecer Palestina" em solução de dois Estados

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