Pequim pede respeito pelos dois cidadãos chineses detidos na Ucrânia

O governo chinês pediu hoje que "se respeitem os direitos e interesses" dos seus cidadãos, depois de as autoridades ucranianas terem informado da detenção de dois cidadãos chineses, um homem de 24 anos e o seu pai.

Mao Ning

© Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images

Lusa
10/07/2025 10:01 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

Os dois homens foram detidos por alegadamente tentarem transmitir à China documentação sobre os mísseis Neptuno das Forças Armadas da Ucrânia.

 

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning declarou em conferência de imprensa que as autoridades chinesas ainda estão a "verificar as informações", sem fornecer mais detalhes.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) informou que os dois cidadãos "tentaram exportar ilegalmente para a China documentação secreta" relativa aos sistemas R-360 Neptuno, um míssil de cruzeiro antinavio fabricado pela empresa de armamento ucraniana Oficina de Design Estatal de Kyiv, mais conhecida como "Luch".

O homem de 24 anos foi estudante universitário até 2023, ano em que perdeu esse estatuto devido aos seus maus resultados académicos, o que não o impediu de continuar a viver em Kyiv.

Para obter a documentação sobre o Neptuno, o jovem detido tentou "recrutar" um cidadão ucraniano envolvido no desenvolvimento dessa arma, segundo o SBU.

"Os serviços de contra-informação do SBU descobriram o espião na fase inicial da sua atividade de inteligência. Foi detido em flagrante enquanto transferia documentos secretos", indicaram os serviços de segurança ucranianos.

De acordo com informações divulgadas pela Procuradoria-Geral da Ucrânia através da sua conta no Telegram, as investigações realizadas até o momento estabeleceram que o jovem "mantém laços estreitos com os órgãos de segurança e o Estado-Maior da China".

O seu pai foi detido nesta quarta-feira "no âmbito de uma investigação pré-julgamento", informou a Procuradoria.

O progenitor vivia na China, mas viajava regularmente para Kyiv, cidade onde chegou na segunda-feira desta semana.

Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Pequim aprofundou os seus intercâmbios com Moscovo, o que despertou desconfiança no Ocidente.

As autoridades chinesas mantiveram uma posição ambígua em relação ao conflito, da qual pediram "respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia", bem como ouvir as "legítimas preocupações de segurança de todas as partes", em referência à Rússia.

Vários países ocidentais acusaram Pequim de apoiar o esforço bélico russo na Ucrânia, algo negado repetidamente pela China.

Leia Também: China e ASEAN preparam nova versão do acordo de livre comércio

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