"O que aconteceu é uma lição clara para todas as empresas de transporte marítimo que operam ao serviço do inimigo israelita e que serão tratadas com este nível de firmeza", afirmou Abdulmalik al-Huthi, no discurso semanal transmitido pela televisão.
"Nenhuma empresa que transporte mercadorias para o inimigo israelita através da zona declarada de operações poderá continuar", acrescentou o líder dos rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irão.
As declarações surgiram na sequência dos ataques dos huthis contra o 'Magic Seas' e o 'MC Eternity C', dois navios mercantes afundados esta semana no mar Vermelho por mísseis, embarcações não tripuladas e granadas propulsadas por foguetes (RPG).
Os ataques representaram uma escalada significativa nas operações navais dos huthis e destacaram a crescente capacidade de perturbar a atividade marítima numa das vias navegáveis mais importantes do mundo.
Al-Huthi atribuiu a escalada à "recente tentativa de Israel de reativar o porto de Eilat", ao mesmo tempo que acusou as companhias marítimas de violarem a proibição declarada pelos huthis sobre o transporte marítimo para os portos israelitas.
"A novidade nas operações navais desta semana é que houve tentativas de reativar o porto de Umm al-Rashrash", disse Al-Huthi, referindo-se ao porto de Eilat.
"Algumas empresas de transporte marítimo, em violação da proibição, começaram a enviar mercadorias para esse porto, ignorando a proibição iemenita e talvez assumindo que isso podia ser ignorado", acrescentou.
Al-Huthi advertiu que qualquer nova violação terá como resposta "força semelhante" e reiterou que a proibição imposta pelos rebeldes iemenitas ao transporte marítimo relacionado com Israel através do mar Vermelho, do golfo de Aden e do mar Arábico é uma política de longa data ligada às ações do governo israelita na Faixa de Gaza.
"A nossa posição é firme e decisiva, e a nossa decisão de impedir a navegação do inimigo israelita no mar Vermelho, no golfo de Aden e no mar Arábico é permanente enquanto persistirem a agressão e o cerco a Gaza", acrescentou.
Neste contexto, o Governo iemenita internacionalmente reconhecido exortou a comunidade internacional, especialmente a ONU, a tomar "medidas firmes" contra os huthis face à "escalada perigosa" iniciada nos últimos dias com o afundamento de dois navios no mar Vermelho.
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