Tarifas de Trump? Eurodeputados portugueses divididos

Os eurodeputados portugueses reagiram hoje ao prolongamento das tarifas impostas por Donald Trump e dividem-se entre "subserviência" e "prudência" da União Europeia na mesa de negociações.

Catarina Martins

© MARTIN BERTRAND/Hans Lucas/AFP via Getty Images

Lusa
09/07/2025 19:15 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Tarifas

À margem da sessão plenária, em Estrasburgo (França), a eurodeputada Lídia Pereira (PSD) afirmou que a posição da UE é de prudência e que o bloco comunitário não se deixa intimidar pelos Estados Unidos (EUA).

 

"A União Europeia, apesar de prudente, também não se intimida com as declarações e com os posicionamentos que têm sido tidos por Donald Trump, aliás, a União Europeia, os Estados-membros não podem estar ao sabor dos humores do Presidente norte-americano", disse.

A eurodeputada Catarina Martins (BE) afirmou, noutro registo, que o Presidente dos EUA utiliza as tarifas como instrumento de "chantagem contra o resto do mundo" e notou não concordar com a posição "subserviente" da UE em relação aos EUA.

"Donald Trump usa as tarifas como um instrumento de chantagem contra o resto do mundo e é uma pena que a União Europeia tenha uma posição tão subserviente", afirmou.

O eurodeputado João Cotrim Figueiredo (IL) disse, por sua vez, que o prolongamento do prazo de aplicação das tarifas de Donald Trump sobre a União Europeia não é suficiente para se chegar a acordo e reforçou a importância de se pensar no próximo passo.

"Não vai haver tempo para chegar a acordo sobre todos os setores que estão em causa até dia 01 de agosto e, portanto, é importante perceber o que é que vai passar depois daí", disse.

Noutra linha, o eurodeputado António Tânger Corrêa (Chega) disse não serem conhecidos os produtos sobre os quais vão incidir os direitos aduaneiros, pelo que as empresas portuguesas não se conseguem preparar.

"Não sabemos até que ponto é que essas tarifas vão incidir sobre produtos que nós, portugueses, possamos exportar para os Estados Unidos [...] acho que neste momento ainda estamos muito aquém de saber aquilo que nos vai tocar à porta", afirmou.

O eurodeputado Bruno Gonçalves (PS) considerou que este novo adiamento do prazo de execução das tarifas é positivo, na medida em que mantém em que matem em vigor os atuais termos acordados entre a UE e os EUA.

"Sobre qualquer uma das prorrogações, eu acho que elas são positivas por uma razão simples, elas significam a manutenção do atual quadro regulatório, do atual quadro negocial e quadro interinstitucional que há entre os Estados Unidos e a União Europeia", reiterou.

Já o eurodeputado João Oliveira (PCP) considerou que "alguns dos elementos que foram sendo adiantados do ponto de vista comercial apontam num sentido que é absolutamente contrário à preservação dos interesses económicos dos Estados-Membros da União Europeia".

"Refiro a título de exemplo apenas o anúncio da intenção da União Europeia de comprar mais gás liquefeito dos Estados Unidos", acrescentou.

A eurodeputada Ana Miguel Pedro (CDS) espera que haja um novo adiamento do prazo na medida em que isso significaria que as conversações persistiriam até um entendimento comum.

"Eu espero que tenhamos um novo adiamento porque a diplomacia vence sempre, espero que as conversas persistam até encontrarmos um entendimento comum, que seja benéfico para as duas partes", afirmou.

Leia Também: "No Conselho Europeu de outubro, incluiremos ponto sobre habitação"

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