"A Rússia está a bombardear maciça e deliberadamente cidades ucranianas do ar, noite após noite", afirmou Friedrich Merz, numa conferência de imprensa ao lado do secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
Merz lembrou que, na noite de segunda-feira, houve "um dos bombardeamentos e ataques com mísseis mais intenso desde o início da guerra, se não o mais intenso", com 741 veículos aéreos de ataque, entre drones e mísseis lançados contra várias regiões da Ucrânia.
"Praticamente todos são exclusivamente alvos civis. É terrorismo contra a população civil. Isto já não tem nada a ver com uma guerra contra alvos militares", sublinhou, lembrando que, apesar de tudo, os sistemas antiaéreos da Ucrânia conseguiram abater 296 drones do tipo Shahed e sete mísseis de cruzeiro Iskander.
Merz agradeceu, neste contexto, aos Estados Unidos por terem dado sinais nas últimas horas de estarem a reconsiderar retomar o apoio à defesa antiaérea de Kiev, após inicialmente o terem suspendido.
O chanceler alemão explicou que, na reunião com Rutte, abordaram a questão de como reforçar a defesa antiaérea da Ucrânia, que é um tema constante.
"Não vou entrar em pormenores, mas posso dizer o seguinte: a Alemanha continuará a contribuir substancialmente [para reforçar a defesa antiaérea ucraniana] e, como provavelmente sabem, mantenho um bom diálogo com o presidente [norte-americano, Donald] Trump, com os nossos parceiros de toda a União Europeia e a parte europeia da NATO sobre esta questão", disse Merz.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, viajará em breve para os Estados Unidos numa visita que terá como foco precisamente a defesa antiaérea ucraniana, embora Merz não se tenha pronunciado sobre uma eventual compra de sistemas Patriot norte-americanos para enviar para Kiev.
Merz indicou ainda que, na próxima quinta-feira, em Roma, à margem da Conferência para a Reconstrução da Ucrânia, será realizada uma videoconferência da chamada "coligação de voluntários", que abordará o fornecimento de mais sistemas para a defesa antiaérea ucraniana e na qual fará "propostas concretas" que poderão ser realizadas a partir da Alemanha.
O chanceler alemão também destacou que, paralelamente, Berlim quer reforçar a pressão sobre a Rússia e está a trabalhar com urgência na aprovação do 18.º pacote de sanções na UE.
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