Fed deve manter as taxas de juro mesmo sob pressão da Casa Branca

A Reserva Federal dos EUA (Fed) anuncia, esta quarta-feira, a sua decisão sobre as taxas de juro, com os analistas a anteciparem a sua manutenção, mesmo perante os ataques do Presidente Donald Trump.

Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos

© Kent Nishimura/Getty Images

Lusa
29/07/2025 09:21 ‧ ontem por Lusa

Economia

Analistas

A decisão vai ser conhecida esta quarta-feira à tarde, seguindo-se uma conferência de imprensa com o Presidente da Fed, Jerome Powell.

 

Nos últimos meses, o Presidente dos EUA, Donald Trump, tem vindo a exigir que a Fed reduza as taxas de juro, dirigindo críticas a Jerome Powell, que já afirmou não ceder às pressões.

Donald Trump acusou, na semana passada, Powell de agir contra a economia norte-americana, defendendo um corte de três pontos percentuais nas taxas de juro.

O mandato de Powell à frente da Fed termina em maio de 2026 e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, considerou não haver qualquer razão para que este se demita no imediato.

O presidente da Fed tem vindo a demonstrar vontade de cumprir integralmente o seu mandato, mesmo após as ameaças de despedimento por parte de Trump.

Os analistas acreditam que, apesar da pressão da Casa Branca, a Fed não vai ceder, antecipando uma manutenção das taxas de juro, pela quinta vez este ano.

O diretor de investimento global de mercados públicos da Allianz Global Investors, Michael Krautzberger, disse, em comunicado, esperar que a Fed volte a manter as taxas de juro na reunião desta quarta-feira.

"Os primeiros seis meses da administração Trump têm sido especialmente agitados para os responsáveis de política económica, marcados por choques, por um aumento da incerteza. As expectativas para o crescimento e a inflação em 2025 têm mostrado uma elevada volatilidade [...]. Os últimos dados macroeconómicos dos EUA refletem os desafios enfrentados pela Reserva Federal", destacou.

O BPI prevê igualmente que a Fed mantenha as taxas de juro, sublinhando a divergência de opiniões dentro da própria reserva, com os grupos mais cautelosos a anteciparem, no máximo, um corte nos juros este ano, enquanto a "ala mais acomodada" projeta, pelo menos, duas descidas.

No mesmo sentido, o economista-chefe da EY-Parthenon, Gregory Daco perspetiva a manutenção dos juros, mas referiu que "será interessante ver se Powell insinua uma potencial flexibilização da política monetária até ao final do ano ou, pelo contrário, se vai evitar qualquer indicação".

Em 18 de junho, a Fed voltou a deixar as taxas de juro inalteradas, numa altura de incerteza sobre os impactos das tarifas norte-americanas.

As taxas de referência do banco central norte-americano permaneceram assim no intervalo de 4,25%-4,5%, tal como já era antecipado pelos mercados e pelos analistas.

Leia Também: Secretário do Tesouro: Não há razão para presidente da Fed se demitir

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