ANTEM pede demissão do presidente do INEM e critica "modelo ultrapassado"

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) pediu hoje a demissão do presidente do INEM, acusando-o de insistir num "modelo ultrapassado" de emergência pré-hospitalar.

INEM conta desde hoje com mais 200 técnicos, número que pretende duplicar este ano

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Lusa
17/07/2025 06:07 ‧ há 11 horas por Lusa

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INEM

Numa nota a que a Lusa teve acesso, a ANTEM critica a insistência do INEM num modelo maioritariamente sustentado "por equipas de resposta com baixa diferenciação técnica", que intervêm em mais de 90% dos pedidos de ajuda, e que "deveriam ter mais formação e treino".

 

"Tal modelo, repetidamente contestado por especialistas e provedores do setor, continua a ser promovido, resultando num socorro de má qualidade, em detrimento da prestação de cuidados médicos de emergência adequados", considera a associação.

A associação aponta ainda o que descreve como "trapalhadas" com o concurso público internacional para o serviço de helitransporte de emergência médica e considera "profundamente preocupantes" os acontecimentos recentes relativos ao funcionamento do INEM, com tempos de resposta "largamente ultrapassados", "comprometendo gravemente a segurança e a vida dos cidadãos".

A ANTEM diz igualmente que os casos que vieram a público sobre os atrasos no socorro -- que envolveram mortes de utentes e alguns ainda em investigação pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde -- "não são episódios isolados", mas antes "reflexo de disfunções estruturais persistentes", num serviço que "deveria ser exemplo em eficiência, rigor técnico e respeito institucional".

Na quarta-feira, o presidente do INEM anunciou que o instituto pretende descentralizar o serviço do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para aumentar o recrutamento de profissionais, admitindo alguns postos de atendimento em teletrabalho, uma situação que a ANTEM contesta.

"É fundamental que o presidente do INEM tenha plena consciência de que as centrais de atendimento, aconselhamento e despacho médico de emergência são estruturas altamente especializadas, que exigem presença física de médicos devidamente preparados para decisões em tempo real",afirma.

Perante esta situação, a ANTEM defende que o atual presidente do INEM, Sérgio Janeiro, "não reúne, neste momento, as condições para continuar a exercer funções", considerando que a confiança na resposta de emergência "está profundamente abalada" e que a sua permanência no cargo "prejudica a credibilidade" do instituto e "compromete a segurança dos cidadãos que dele dependem".

Leia Também: INEM pretende descentralizar CODU para atrair profissionais

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