Marcelo Rebelo de Sousa frisou que esta é uma situação que "tem de ser tratada e abordada de forma efetiva e duradoura", para evitar "a sensação de tapa aqui, remenda acolá, mas o problema global não está a ter solução", em declarações aos jornalistas à margem das comemorações dos 50 anos da diocese de Santarém.
O chefe de Estado sublinhou ainda que é necessário saber quem são estas pessoas afetadas, se trabalham, se descontam ou há quanto tempo estão nas casas precárias.
"[Os portugueses] gostariam de encontrar uma ideia exata quanto ao número de situações que existem, à gravidade destas situações, se realmente elas são resolúveis ou não de uma forma global, numa área metropolitana ou num conjunto de municípios, se é uma solução que é para o futuro, ou é apenas uma solução pontual para o presente", apontou Marcelo Rebelo de Sousa, depois de questionado sobre o processo de demolição de casas precárias no bairro do Talude Militar, em Loures, no distrito de Lisboa, ordenado pela câmara local.
A Câmara de Loures, presidida pelo socialista Ricardo Leão, iniciou na segunda-feira uma operação de demolição de 64 habitações precárias no Talude Militar, onde vivem 161 pessoas, entre as quais crianças e idosos.
Nesse dia foram demolidas 51 casas precárias, a que se somaram mais quatro na terça-feira, mas, entretanto, a operação foi suspensa depois de o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa ter aceitado uma providência cautelar interposta por uma advogada em representação de 14 moradores do bairro e ter decretado a suspensão provisória das demolições.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou hoje que abriu um inquérito sobre este processo.
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