O juiz Pedro Frias, que preside ao coletivo do julgamento por um tribunal de júri, comunicou no início da audiência que dada a ausência do Ministério Público, "devido à greve", a leitura do acórdão ficava marcada para quarta-feira, às 09h30.
O magistrado justificou o adiamento porque, disse, a continuação da diligência "sem ninguém [entenda-se o MP] para a assegurar, conteria uma nulidade".
Os dois homens estão acusados de homicídio qualificado e omissão de auxílio ao empresário, proprietário de uma fábrica de bolas de Berlim, crimes que ocorreram em 2019 no estabelecimento, situado na Patã de Baixo, em Albufeira.
Nas alegações finais, o MP pediu uma condenação de 11 anos de prisão para Igor Lopes, de 40 anos, em prisão preventiva, e a absolvição de Aldair Silva, de 43 anos, que está em liberdade.
Os advogados de defesa pediram a absolvição dos dois arguidos, tendo a defesa de Igor Lopes invocado o princípio 'in dubio pro reo', que decorre da presunção constitucional de inocência, consistindo em que, na dúvida, o tribunal decida a favor do arguido.
Em abril passado, no arranque do julgamento, o MP considerou que os arguidos terão delineado um plano com o intuito de subtrair dinheiro da fábrica, na qual Aldair Silva trabalhou, e que tinha uma faturação diária entre 10 e 15 mil euros.
Segundo a acusação, os arguidos acederam ao interior do estabelecimento com a intenção de se apoderarem de "uma quantia monetária", onde se depararam com o empresário José de Sousa, de 66 anos, acabando por o matar.
Depois, ter-se-ão apropriado de 16 mil euros e vários objetos.
Nas alegações finais, o procurador do MP justificou o seu pedido de condenação, alegando que "talvez seja difícil" que o tribunal entenda que os arguidos tivessem agido com a intenção de matar.
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