O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou, esta sexta-feira, ter ordenado a mobilização de dois submarinos nucleares ao largo da Rússia, no rescaldo das "declarações tolas e inflamatórias" proferidos pelo antigo presidente daquele país, Dmitry Medvedev, que considerou que "cada novo ultimato" do magnata "é uma ameaça e um passo em direção à guerra".
"Com base nas declarações altamente provocatórias do antigo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, que é atualmente o vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, ordenei que dois submarinos nucleares fossem posicionados nas regiões apropriadas, para o caso de estas declarações tolas e inflamatórias não passarem disso mesmo", escreveu Donald Trump, na rede social Truth Social.
O chefe de Estado norte-americano alertou que "as palavras são muito importantes e podem muitas vezes levar a consequências inesperadas", ao mesmo tempo que ressalvou esperar "que este não seja um desses casos".
A troca de farpas iniciou-se após o magnata ter anunciado a imposição de tarifas de 25% sobre os produtos da Índia, a partir desta sexta-feira, assim como de um imposto de importação adicional, face à compra de petróleo russo por parte daquele país. Contudo, a tensão tem, também, vindo a crescer devido ao papel de Trump nas negociações para colocar um ponto final na guerra na Ucrânia.
Aliás, o ex-presidente russo advertiu, na segunda-feira, que "Trump está a jogar o jogo do ultimato com a Rússia: 50 dias ou 10...", e urgiu o chefe de Estado norte-americano a lembrar-se de que "a Rússia não é Israel ou até mesmo o Irão".
"Cada novo ultimato é uma ameaça e um passo em direção à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com o seu próprio país. Não siga o caminho do sonolento Joe [Biden]!", complementou, na rede social X (Twitter).
O responsável referia-se, concretamente, às advertências por parte do norte-americano de que o ultimato feito ao presidente russo, Vladimir Putin, para pôr fim à ofensiva na Ucrânia expiraria dentro de 10 dias.
Trump's playing the ultimatum game with Russia: 50 days or 10… He should remember 2 things:
— Dmitry Medvedev (@MedvedevRussiaE) July 28, 2025
1. Russia isn't Israel or even Iran.
2. Each new ultimatum is a threat and a step towards war. Not between Russia and Ukraine, but with his own country. Don't go down the Sleepy Joe road!
Já na quinta-feira, Trump atirou que não lhe interessava "o que a Índia faz com a Rússia", e que, na sua ótica, os dois países poderiam "acabar com as suas economias mortas em conjunto".
"Temos feito muito poucos negócios com a Índia, os seus direitos aduaneiros são demasiado elevados, dos mais elevados do mundo. Da mesma forma, a Rússia e os Estados Unidos quase não fazem negócios entre si. Vamos manter as coisas assim e dizer a Medvedev, o antigo presidente falhado da Rússia, que pensa que ainda é presidente, para ter cuidado com as palavras. Está a entrar em território muito perigoso!", acusou.
Em resposta, Medvedev recorreu à rede social Telegram para ameaçar Trump com uma arma do período da Guerra Fria, conhecida como 'Mão Morta'. Trata-se de um sistema nuclear russo concebido para lançar automaticamente um ataque de retaliação.
"Se algumas palavras do antigo presidente da Rússia provocam uma reação tão nervosa por parte do tão formidável presidente dos Estados Unidos, isso significa que a Rússia tem razão em tudo e continuará a seguir o seu caminho. E quanto à 'economia morta' da Índia e da Rússia e à 'entrada em território perigoso' - bem, ele que se lembre dos seus filmes favoritos sobre 'mortos vivos' e de como uma 'mão morta' inexistente pode ser perigosa", escreveu.
Note-se que, no fim de semana, Trump deu ao homólogo russo entre "10 a 12 dias" para acabar com a guerra na Ucrânia, sob pena de impor sanções ao país.
[Notícia atualizada às 19h16]
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