A magistrada Jia M. Cobs, do Tribunal do Distrito de Columbia, ordenou à Casa Branca que parasse com a deportação sumária de centenas de milhares de imigrantes que tinham conseguido entrar nos EUA, em fuga de perseguições nos seus países de origem.
A decisão foi dada em resposta a uma solicitação apresentada pela Coligação pelos Direitos Humanos dos Imigrantes, a Rede UndocuBlack (UBN) e CASA que alegavam que o governo estava a usar um processo de deportação "profundamente defeituoso", depois de anular em março um programa do ex-presidente Joe Biden (2021-2025) para reduzir a entrada de estrangeiros pela fronteira sul.
A solicitação, apresentada em nome de vários imigrantes que tinham sido autorizados em entrar nos EUA sob o programa Operação Aliados Bem-vindos ou o programa patrocinado para Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela (CHNV), solicitava ao tribunal que parasse as expulsões de imigrantes sem que estes tivessem acesso a audiência e representação jurídica.
Na sua ordem, a juíza Cobs opinou que o caso coloca "uma questão de equidade", em que os imigrantes expostos à deportação acelerada entraram no país conforme a lei estabelecida, mas agora veem o governo a mudá-la apesar de não o poder fazer.
A magistrada também questionou as táticas usadas pelo governo para expulsar os imigrantes e que imitam as das nações de onde fugiram.
O bloqueio das deportações aceleradas representa outro revés para Trump, que elevou o objetivo de deportações de imigrantes para 800 por dia.
Em março, a Casa Branca anunciou a derrogação do benefício aos migrantes, conhecido como CHNV, que permitiu a cerca de 530 mil imigrantes de Cuba, Venezuela, Haiti e Nicarágua residir e trabalhar temporariamente no país, depois de garantidos por um patrocinador.
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