"As discussões detalhadas entre Moscovo e Washington sobre a questão ucraniana, que têm vindo a decorrer desde o início do ano, são muito úteis e produziram resultados", afirmou o chefe da diplomacia russa, citado na página oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros na Internet.
Segundo Lavrov, "foi precisamente graças à insistência do Presidente Donald Trump que o regime de Kyiv aceitou a proposta [de Moscovo] de retomar as negociações de Istambul".
O ministro russo fez estas declarações pouco antes de o enviado especial da presidência norte-americana (Casa Branca), Steve Witkoff, se deslocar a Moscovo para consultar os líderes russos sobre o prazo lançado por Trump (de 10 dias) para pôr fim à guerra na Ucrânia, que expira a 07 de agosto.
Lavrov recordou que a Rússia e a Ucrânia já realizaram três rondas de negociações, nas quais foram alcançados importantes acordos humanitários, e nos quais Moscovo propôs a criação de grupos de trabalho independentes para tratar de questões políticas e militares, "o que foi um passo significativo" na procura de acordos entre as partes.
"Por enquanto, o progresso pode ser visto principalmente no facto de os nossos homólogos americanos, ao contrário dos nossos homólogos europeus, que se concentram numa 'russofobia' agressiva, estarem conscientes das realidades emergentes e tentarem ter em conta as razões que levaram à crise", referiu Lavrov.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, "os Estados Unidos, ao contrário de muitos hipócritas na Europa (...) poderiam fornecer uma avaliação objetiva" da situação na Ucrânia, o que poderia ser "um passo importante em direção a um progresso tangível".
As declarações de Lavrov surgem poucos dias antes do prazo estabelecido pelo ultimato de Trump, que exige que a Rússia chegue a um acordo com a Ucrânia antes do dia 08 de agosto, se quiser evitar sanções e a imposição de tarifas secundárias aos seus importadores de petróleo.
Até ao momento, o Presidente russo, Vladimir Putin, manteve-se em silêncio em relação ao ultimato, embora hoje tenha avaliado positivamente as negociações de paz com a Ucrânia.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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