"Opomo-nos firmemente a que a questão do mar do Sul da China seja usada como pretexto para reforçar alianças militares ou levar a cabo destacamentos dirigidos", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, em conferência de imprensa.
Segundo o porta-voz, estas ações "contradizem o desejo comum de paz, desenvolvimento e estabilidade na Ásia - Pacífico".
As declarações de Pequim surgem depois de Estados Unidos e Filipinas terem anunciado a construção conjunta de depósitos de munições e a futura instalação de mísseis de médio alcance em território filipino.
O Japão anunciou o envio de patrulheiras e fragatas para Manila como parte do apoio à vigilância marítima filipina nas águas do mar do Sul da China.
China e Filipinas mantêm uma longa disputa territorial nesta região por vários atóis e baixios estratégicos, como o baixo de Masinloc (Scarborough Shoal) e o banco de areia de Ayungin (Second Thomas Shoal).
Guo sublinhou que qualquer cooperação em matéria de defesa "não deve ser dirigida contra terceiros países, nem interferir nas disputas no mar do Sul da China, nem provocar confrontos ou escalar tensões".
O porta-voz criticou diretamente as Filipinas por "conluio com forças externas para inflamar as tensões marítimas" e advertiu que Manila "deve deixar de se fazer de vítima enquanto atua como provocador".
Em vez disso, acrescentou, "deveria abandonar o uso de pequenos grupos para apoiar as suas posições e tomar medidas reais para salvaguardar a independência e a paz regional".
O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., tem defendido que a modernização militar do país é uma resposta direta "às circunstâncias no mar do Sul da China".
Durante uma visita recente a Washington, Marcos reiterou a intenção de reforçar a capacidade de defesa do arquipélago "independentemente das circunstâncias futuras" e confirmou que as Filipinas vão abrir mais o mercado a produtos norte-americanos, no âmbito de um acordo comercial com a Administração do Presidente Donald Trump.
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