O primeiro-ministro francês, François Bayrou, disse que as medidas estão enquadradas num plano de ajuste orçamental de quatro anos, que terá início no próximo ano, com um esforço anual de 43.800 milhões de euros para reduzir as despesas e aumentar as receitas, considerando que a França está "na última estação antes do precipício e do esmagamento pela dívida".
Congelamento das pensões, redução do emprego público, corte nas despesas sociais e de saúde, na rubrica de despesas, e uma contribuição de solidariedade dos mais ricos, na rubrica de receitas, são algumas das medidas esboçadas por Bayrou e apresentadas numa intervenção especial perante o Governo e o Parlamento.
O governante tem insistido na necessidade de travar o rápido aumento da dívida pública, uma vez que, ao ritmo atual, o pagamento da dívida atingiria 100.000 milhões de euros em 2029, tornando-se na primeira rubrica do orçamento.
O Estado francês vai, assim, congelar as despesas em 2026 ao nível de 2025, excluindo a Defesa e os encargos com a dívida, para "dar o exemplo" e travar o crescimento da dívida do país, insistiu.
Bayrou anunciou também que a França vai instituir uma "contribuição de solidariedade" aos "mais ricos", considerando que "o esforço da nação deve ser equitativo" para conter o aumento da dívida.
"Será criada uma contribuição de solidariedade" para "pedir pouco àqueles que têm pouco e mais àqueles que têm mais", declarou Bayrou, que remeteu os pormenores desse imposto para o Parlamento.
O primeiro-ministro francês também anunciou "medidas complementares para combater a otimização abusiva de patrimónios não produtivos", dando como exemplo a intenção de eliminar dois dos 11 feriados oficiais para que "a atividade do país como um todo seja mais importante".
Bayrou propõe trabalhar na segunda-feira de Páscoa, "que não tem qualquer significado religioso", e a 08 de maio, comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, considerando que essas medidas "renderão vários milhares de milhões [de euros] ao Orçamento do Estado".
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