Durão Barroso diz que Cabo Verde deve aprofundar parceria com a UE

O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso defendeu hoje, na Praia, que Cabo Verde deve aprofundar a parceria especial com a União Europeia (UE), indo além dos laços de amizade.

Durão Barroso em Cabo Verde

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Lusa
15/07/2025 17:08 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Durão Barroso

"Penso que faz sentido [Cabo Verde] avançar mais nessa parceria, explorar todas as hipóteses de evolução dinâmica da mesma, convencer a União Europeia (UE) do interesse próprio, porque estamos numa altura em que não basta falar em amizade, mas sim em interesses", afirmou, na cidade da Praia, depois de ser recebido pelo Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves.

 

O antigo primeiro-ministro português considerou que "faz sentido Cabo Verde aprofundar essa parceria".

"Parece-me que é sempre possível, seja qual for o setor, conseguir maior ambição. Eu falaria de uma cumplicidade natural, não apenas uma relação formal diplomática. Cabo Verde está muito ligado à Europa. É a diáspora cabo-verdiana, a relação comercial de investimento, questões de interesse mais geoestratégicos como a segurança em toda esta região, as ameaças em termos de tráfico de droga", referiu.

Além disso, considerou que, "muitas vezes", as relações "não são apenas tratados ou acordos, mas sim o espírito que se põe neles, a mobilização, o investimento emocional".

"A parceria especial já é um estatuto diferenciado, mas devia ser visto de forma dinâmica, isto é, traduzindo os passos concretos que foram dados na implementação. Mas o melhor é ver com as autoridades cabo-verdianas até onde é que elas querem e podem ir, e também com as da UE", afirmou.

Durão Barroso, que visita o país e participou a título pessoal numa conferência sobre geopolítica, no Palácio do Governo, abordou também o tema da imigração, defendendo que deve ser gerida de forma equilibrada, entre os interesses dos países de acolhimento e os dos próprios imigrantes.

"É muito importante que a imigração seja controlada, no interesse dos próprios imigrantes, porque, se não, o que acontece é que vão forças extremistas explorar isso", alertou.

Apontando Portugal como exemplo, considerou que o país "parava, hoje, se não houvesse imigração", sublinhando que são necessários imigrantes em todos os setores, mas com um sistema de entrada ordenado, que garanta integração, respeito pelas leis e evite vulnerabilidades.

"Tenho sempre dito: portas abertas, mas não escancaradas", afirmou.

Durão Barroso realçou que há sinais de diálogo entre as forças políticas portuguesas para encontrar um equilíbrio que permita continuar a acolher imigrantes, incluindo de Cabo Verde, "que são, no geral, muito bem recebidos e respeitados em Portugal".

Leia Também: Cabo Verde: Observatório de Tráfico de Pessoas alerta para falta de dados

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