O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, comentou esta terça-feira o caso do dermatologista que ganhou 400 mil euros em dez dias de trabalho adicional em 2024 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, considerando estarem em causa "problemas graves de gestão, incentivos errados e comportamentos abusivos no sistema".
"Qualquer gestor em início de carreira sabe e é válido para empresas ou para o SNS: a dependência excessiva de produção feita com horas extra é, invariavelmente, um sinal claro de existência de problemas graves de gestão, incentivos errados e comportamentos abusivos no sistema", escreveu Rui Rocha na rede social X.
Numa referência ao facto de o Ministério Público (MP) e da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) terem aberto inquéritos ao caso, o liberal sublinhou, contudo, que "investigar e punir um comportamento gritantemente abusivo no SNS pode acalmar as almas, mas não resolve o problema".
"O que é necessário é um sistema de compensação competitivo que estabeleça objetivos standard e premeie a produtividade adicional dentro do horário normal de trabalho", considerou, frisando que "os incentivos não podem continuar a ser no sentido de deixar o máximo para fazer em horas extras".
Qualquer gestor em início de carreira sabe e é válido para empresas ou para o SNS: a dependência excessiva de produção feita com horas extra é, invariavelmente, um sinal claro de existência de
— Rui Rocha (@ruirochaliberal) May 27, 2025
problemas graves de gestão
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Na sexta-feira, a CNN Portugal revelou que um dermatologista do Hospital de Santa Maria terá recebido 400 mil euros em 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizado para retirar lesões benignas aos pais. Num só sábado, o médico recebeu mais de 51 mil euros.
Em causa está o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer cirurgias fora do horário laboral, de modo a mitigar as longas filas de espera nos hospitais.
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