A Comissão Europeia reiterou hoje que há meios de combate aos incêndios preposicionados no sul da Europa, nomeadamente em Portugal, e que a intervenção da proteção civil europeia depende de um pedido do Estado-membro.
Questionada sobre os incêndios no sul da Europa, a porta-voz do executivo comunitário Anna-Kaisa Itkonen referiu que Bruxelas ainda não recebeu qualquer pedido para ativação do mecanismo.
"Temos helicópteros e bombeiros preposicionados em França e países vizinhos, como Portugal, prontos para ajudar assim que houver pedidos", disse Anna-Kaisa Itkonen.
Até agora, a União Europeia disponibilizou 22 aviões e cinco helicópteros para combater incêndios e estão destacados 670 bombeiros de vários países em Portugal, Espanha, França, Grécia e Itália, reforçando os contingentes nacionais.
Nesta época de incêndios, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil já ajudou no combate a incêndios na Grécia, Bulgária, Chipre, Macedónia do Norte, Bósnia-Herzegovina e Albânia.
Governo disse que "ainda não foi necessário acionar"
O secretário de Estado da Proteção Civil disse, na segunda-feira passada, que "ainda não foi necessário acionar" o mecanismo europeu de proteção civil para combater os incêndios em Portugal, esclarecendo que é ativado "em último recurso".
"O mecanismo europeu [de proteção civil] é acionado em último recurso. Neste momento em Vila Real estão nove meios aéreos a combater o incêndio e temos um dispositivo de 72 meios aéreos. Na semana passada, uma semana crítica, nunca tivemos todos os meios aéreos empenhados", afirmou Rui Rocha, em entrevista à SIC Notícias, no dia 4.
O secretário de Estado sublinhou também que muitas vezes os meios aéreos não conseguem atuar devido às condições meteorológicas e ao fumo, tendo-se verificado esta situação nos fogos de Ponte da Barca e Arouca.
"Até ao momento ainda não se verificou necessário acionar o mecanismo europeu. Se porventura se vier a verificar a sua necessidade, com toda a certeza que o faremos", disse, sublinhando que a situação "é similar em Espanha, França Itália e Grécia".
Proteção Civil: "Não há um quartel em Bruxelas com meios"
José Manuel Moura, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, disse, também na segunda-feira passada, que "não faz sentido" ativar os mecanismos europeus para o combate dos incêndios que têm lavrado em Portugal continental. Sublinhou também que "não há falta de meios" e que o dispositivo "tem dado uma resposta muito significativa".
"Fala-se muito do mecanismo europeu. Acho que há pessoas que nem percebem como é que funciona. O mecanismo é constituído por 27 países que fazem parte da União Europeia e mais dez que não fazem", referiu numa entrevista à RTP3.
E acrescentou: "Quando um país se coloca numa situação de emergência ou numa situação emergente, o que fazem é solicitar a Bruxelas e ativar o mecanismo. Não há um quartel em Bruxelas com meios para puderem ser ativados".
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