Fisiatras pedem revogação de portaria sobre projeto para cuidados continuados

A Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação pediu hoje ao Governo a revogação imediata da portaria que regula a criação de um projeto-piloto nos cuidados continuados integrados, alegando que existe risco de desarticulação das equipas.

enfermeira, luvas, cuidados continuados

© Getty Images

Lusa
16/07/2025 09:02 ‧ ontem por Lusa

País

cuidados continuados

Em causa está uma portaria publicada a 07 de abril, em Diário da República, que regula "as condições para a criação e implementação do projeto-piloto das Equipas de Cuidados Continuados (ECCI)" em seis unidades locais de saúde, durante um período de nove meses.

 

Para a Sociedade (SPMFR), o Governo está, com a medida, a fomentar a desarticulação das equipas e a por "em risco" a população e a saúde pública.

A portaria, afirmam os fisiatras em comunicado, promove "de forma manifesta" a desarticulação de cuidados de saúde, "em divergência com todos os princípios estruturais de organização e de uma visão integrada da reabilitação".

De acordo com a organização, a medida "potencia o desmembramento" das equipas de cuidados continuados, que "deixam de contar com médico e técnicos, nomeadamente fisioterapeutas", uma circunstância que considera grave e que "coloca nos enfermeiros toda a responsabilidade dos cuidados a prestar no domicílio, substituindo o médico e os outros profissionais da equipa".

Os médicos dizem ainda que "desagregar as equipas multiprofissionais" responsáveis pelos cuidados continuados, contraria as diretrizes definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Há uma clara violação do modelo técnico-científico da reabilitação, denotando que, mais uma vez, faz-se tábua rasa das normas e orientações internacionais definidas como essenciais para a prestação de cuidados de saúde", defende o presidente da Sociedade, Renato Nunes, citado no documento.

A SPMFR afirma-se disponível para colaborar com o Governo, "tendo em vista a excelência na prestação de cuidados de saúde".

No diploma, o Governo determina que, face ao envelhecimento da população e à consequente pressão sobre os sistemas de saúde e social, se tornou evidente a necessidade de evoluir para uma reorganização da resposta, que privilegie o acesso aos cuidados domiciliários, através das Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI), "para que o cidadão permaneça, o mais tempo possível, no seu contexto social e familiar".

Leia Também: CoRe Capital investe 22 milhões e cria 430 camas em cuidados continuados

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas