Merz insiste em cessar-fogo após Trump ter dito que é desnecessário

O chanceler alemão, Friedrich Merz, insistiu hoje em Washington num cessar-fogo como pré-condição para as negociações de um acordo de paz na Ucrânia, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter defendido que a trégua é desnecessária.

Friedrich Merz

© Aaron Schwartz/CNP/Bloomberg via Getty Images

Lusa
18/08/2025 21:53 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Não consigo imaginar a próxima reunião sem um cessar-fogo. Vamos trabalhar para isso e tentar pressionar a Rússia", declarou Merz, no início da reunião na Casa Branca, que juntou Donald Trump, o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e vários líderes europeus, sobre uma solução para o conflito na Ucrânia, país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022.

 

Friedrich Merz avisou que os próximos passos serão "os mais complicados", depois de o Presidente norte-americano "ter aberto caminho" para as conversações de paz ao reunir-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca na passada sexta-feira.

"Para sermos honestos, todos gostaríamos de ver um cessar-fogo", destacou, aludindo à posição conjunta do Presidente ucraniano e dos líderes europeus que o acompanharam na deslocação a Washington.

Antes de se iniciar a reunião, Donald Trump considerou "desnecessário um cessar-fogo" prévio para negociar o fim ao conflito na Ucrânia.

"Sei que isso poderia ser uma coisa boa, mas também entendo por que, estrategicamente, um país ou outro não o quereria", afirmou Trump perante os jornalistas.

O Presidente francês, também presente hoje na capital federal norte-americana, defendeu pelo seu lado que o próximo encontro, deveria envolver os líderes europeus, além da trilateral ainda em discussão, entre Trump, Zelensky e Putin.

"Acredito que, neste processo, precisaremos de uma reunião quadrilateral, porque quando falamos de garantias de segurança [para a Ucrânia], estamos a falar da segurança de todo o continente europeu", declarou perante Donald Trump e os seus pares europeus.

O líder francês aludia a uma exigência essencial de Kiev, apoiada pelos aliados europeus, de garantias de segurança que previnam a continuação da agressão russa.

Hoje, Donald Trump reiterou que o homólogo russo está pronto para aceitar essa condição, conforme o líder do Kremlin já anunciara no Alasca, embora hoje a diplomacia de Moscovo tenha manifestado hoje "rejeição categórica" à presença de membros da NATO em solo ucraniano.

"O Presidente Putin concorda que a Rússia deve aceitar garantias de segurança para a Ucrânia e esse é um dos pontos centrais que devemos ter em conta, e vamos tê-lo em conta nesta mesa", declarou Donald Trump, sem sinalizar como poderá ser implementado.

Na ronda de declarações dos chefes de Estado e de Governo na Sala Oval, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, descreveu o encontro como um "passo histórico" para a segurança da Ucrânia e da Europa e mostrou-se bastante otimista de que se poderão registar "avanços reais com um resultado justo e duradouro" no conflito ucraniano.

O líder britânico assinalou que a guerra teve um "enorme impacto" nos ucranianos, que "sofreram as maiores consequências, mas também na Europa e no Reino Unido", o que leva a que este seja "um tema tão importante", tal como as garantias de segurança para Kiev e uma cimeira que junte Putin e Zelensky ao Presidente norte-americano.

"Hoje será considerado um dia muito importante nos últimos anos, em relação a um conflito que já dura há mais de três anos. E até agora, ninguém, ninguém conseguiu chegar a este ponto. Por isso, obrigado por isso", disse ainda o chefe do Governo britânico, dirigindo-se a Trump.

O Presidente ucraniano disse a Trump que tinha tido hoje "as melhores" discussões com o homólogo norte-americano para tentar encontrar uma saída para a guerra no seu país.

"Penso que tivemos uma conversa muito boa com o Presidente Trump, foi realmente a melhor - bem, desculpem, talvez a melhor seja no futuro, mas foi realmente boa - e falámos de coisas extremamente sensíveis", afirmou.

A reunião de hoje em Washington foi convocada por Donald Trump, após uma cimeira no Alasca na sexta-feira com o homólogo russo, que não produziu nenhum anúncio relacionado com um acordo para o conflito.

Além de Zelensky e dos líderes alemão, francês e britânico, marcaram presença hoje na Casa Branca a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o chefe Estado da Finlândia, Alexander Stubb.

Após esta ronda de contactos, Trump indicou que falará novamente com Putin.

Leia Também: Ucrânia? Rutte considera garantias de segurança um "grande passo"

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