Von der Leyen defende regresso de crianças deportadas como condição para a paz

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu hoje em Washington que "todas as crianças ucranianas devem ser devolvidas", referindo-se aos menores deportados e separados das famílias nas zonas ocupadas por Moscovo na Ucrânia.

von der leyen, zelensky

© Ukrainian Presidency/Anadolu via Getty Images

Lusa
18/08/2025 22:28 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Von der Leyen observou que esta "deve ser uma das principais prioridades" das negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia, durante um encontro na Casa Branca promovido pelo Presidente norte-americano com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, vários dos principais líderes europeus e ainda o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

 

A Ucrânia reclama a devolução de cerca de 20 mil menores retirados à força das suas terras pela Rússia, um tema sensível para Kyiv e que levou o Tribunal Penal Internacional a emitir em março de 2023 mandados de captura contra o líder do Kremlin, Vladimir Putin, e a comissária russa para os direitos da criança, Maria Lvova-Belova.

De acordo com a presidente do executivo do bloco comunitário, os líderes europeus deslocaram-se à Casa Branca como "amigos e aliados" após a cimeira da NATO realizada em junho em Haia e a assinatura do "maior acordo comercial" alguma vez alcançado com Washington.

Von der Leyen destacou ainda a necessidade de uma paz "justa e duradoura" na Ucrânia, que interrompa os assassínios no país invadido pela Rússia desde fevereiro de 2022, e a importância do compromisso dos Estados Unidos em oferecer garantias de segurança, que Kyiv considera essenciais como parte de uma solução de modo a evitar uma nova agressão russa.

Antecedendo a reunião alargada com Zelensky e os líderes europeus, o chanceler alemão, Friedrich Merz, insistiu na necessidade de um cessar-fogo como condição prévia para as próximas etapas das negociações de paz, que o Presidente francês, Emmanuel Macron, gostaria que juntasse representantes da Europa aos presidentes norte-americano, ucraniano e russo.

Também presente em Washington, o Presidente finlandês, Alexander Stubb, tido como próximo de Trump embora hostil em relação à invasão russa, declarou estar confiante de que a Ucrânia, a Europa e os Estados Unidos conseguirão encontrar uma solução para alcançar a paz, tal como o seu país fez durante a Segunda Guerra Mundial, depois de ter sido invadido pela União Soviética.

"Encontrámos uma solução em 1944 e estou confiante de que em 2025 também conseguiremos encontrar uma solução para pôr fim à guerra de agressão da Rússia e alcançar uma paz duradoura e justa", comentou Stubb no início da reunião na Casa Branca

"Penso que nas últimas duas semanas provavelmente fizemos mais progressos para o fim desta guerra do que nos últimos três anos e meio, e penso que o facto de estarmos sentados à mesa hoje é muito simbólico, no sentido em que são a 'Equipa Europa' e a 'Equipa América' que estão a ajudar a Ucrânia", afirmou.

De acordo com Stubb, os participantes na reunião em Washington esperam chegar a acordos sobre as garantias de segurança que a Europa e os Estados Unidos oferecerão à Ucrânia, bem como avançar com um processo que permitirá uma reunião trilateral entre Trump, Zelensky e Putin.

"A situação é muito difícil, mas é por isso que estamos aqui", disse ainda.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, advertiu pelo seu lado que as garantias de segurança são um "pré-condição para qualquer tipo de paz", referindo-se à possibilidade de ser aplicado à Ucrânia o princípio do artigo 5.º do tratado que rege a NATO, respeitante à proteção mútua dos aliados em caso de agressão a um dos seus Estados-membros.

No domingo, o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, confirmou que o Presidente russo aceitou, durante a sua cimeira com Trump, realizada dois dias antes no Alasca, garantias de segurança como parte de um futuro acordo de paz com a Ucrânia, conforme Putin já indicara após se ter reunido com o homólogo norte-americano.

Este acordo, observou Witkoff, ofereceria proteção à Ucrânia "com linguagem semelhante" ao artigo 5.º da NATO contra novas invasões russas, mas manteria Kyiv fora da Aliança Atlântica.

Nas suas declarações na Casa Branca, Meloni apelou ainda para a manutenção de uma frente unida entre Washington e a Europa como forma de se alcançar a paz, comentando que a cimeira no Alasca e as reuniões de hoje inauguraram uma nova era, após mais de três anos de guerra, sem "qualquer indicação da Rússia de que havia vontade de dialogar".

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, já tinha descrito o encontro de hoje como um "passo histórico" para a segurança da Ucrânia e da Europa e mostrou-se bastante otimista de que se poderão registar "avanços reais com um resultado justo e duradouro" no conflito.

Após esta ronda de contactos, Trump indicou que falará novamente com Putin.

Leia Também: Ucrânia? Putin diz que discutiu com Trump paz "de forma justa"

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