Sérvia pede "reação resoluta" de UE e EUA face a violência de manifestantes

A presidente do parlamento sérvio, Ana Brnabic, apelou hoje a uma "reação resoluta" da União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos face ao que descreveu como "violência brutal" de manifestantes que acusam o Governo de autoritarismo e corrupção.

Anti-government protest in Belgrade

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Lusa
18/08/2025 21:38 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Ana Brnabic

Brnabic fez o apelo durante uma reunião com diplomatas dos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Reino Unido, a quem transmitiu que os manifestantes atacam diariamente edifícios da polícia e tribunais, do Ministério Público e do Partido Progressista Sérvio (SNS), do Presidente nacionalista, Aleksandar Vucic.

 

A presidente do parlamento, membro do SNS, declarou na reunião que tal comportamento constitui um ataque à ordem constitucional, à liberdade de imprensa e à segurança dos cidadãos e, por isso, apelou a uma "reação resoluta e inequívoca" da comunidade internacional, de acordo com um comunicado oficial.

A onda de protestos em massa começou após o desabamento de um teto na recém-reformada estação ferroviária de Novi Sad, no dia 01 de novembro do ano passado, matando 16 pessoas.

A exigência inicial pela responsabilização e transparência quanto à adjudicação e execução do projeto, realizada por empresas chinesas, transformou-se numa denúncia do autoritarismo governamental e na reclamação por melhorias no Estado de Direito e pela realização de eleições antecipadas.

Nos últimos quatro dias, as manifestações tornaram-se violentas, depois de mais de 80 manifestantes terem ficado feridos na quarta-feira, no que descreveram como ataques brutais de "bandidos" do Sindicato Nacional Socialista dos Trabalhadores (SNSS) e da polícia contra cidadãos pacíficos.

O Ministério do Interior anunciou no domingo que 56 manifestantes violentos foram detidos e seis agentes policiais ficaram feridos durante os distúrbios da noite de sábado em Belgrado, Novi Sad e Valjevo, onde o edifício do Ministério Público foi incendiado.

Numa mensagem publicada na sexta-feira, o comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Michael O'Flaherty, lamentou "o uso desproporcional da força pela polícia" e reiterou o apelo às autoridades para que "evitem o uso excessivo da força, acabem com as detenções arbitrárias e reduzam as tensões".

Segundo o Governo, a violência foi provocada exclusivamente pelos manifestantes, supostamente apoiados por países ocidentais.

Brnabic disse hoje à rádio Pink que o desastre na estação ferroviária de Novi Sad não foi um acidente, mas um ato intencional de "subversão" planeado do exterior para iniciar uma revolução contra o Governo.

Esta acusação tem sido amplamente divulgada por órgãos de comunicação social próximos do Governo, sendo esta a primeira vez que um membro do Executivo a assume.

Várias organizações estudantis e representantes da oposição pediram hoje a Brnabic que apresente provas desta acusação ao Ministério Público ou, caso contrário, será acusada de espalhar notícias falsas e espalhar o pânico.

Vucic prometeu no domingo medidas "surpreendentes" e decisivas contra os manifestantes que há nove meses acusam o Governo de ser autoritário e corrupto, e que comparou a nazis e terroristas.

"Enfrentaremos todas as pressões externas, todos aqueles que nos ameaçam e nos dizem o que podemos e não podemos fazer", declarou Vucic, que descreveu o comportamento dos manifestantes como "autêntico terrorismo".

Vucic, que está no poder há 13 anos, afirmou que "bandidos" ocuparam as ruas e previu que os manifestantes em breve começarão a cometer assassínios.

O Presidente rejeitou declarar o estado de emergência, argumentando que tal medida é muito complexa e requer a aprovação do parlamento, onde detém maioria absoluta.

Sem explicar o que quis dizer, afirmou que há outras medidas que pode tomar e que precisa de alguns dias para "preparar a reação do Estado do ponto de vista legal e formal".

Vucic comparou mesmo a situação na Sérvia à época em que os nazis consolidaram o poder na Alemanha através do terror, na década de 1930.

Leia Também: Líder sérvio-bósnio Dodik promove governo de "unidade" após ser destituído

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