O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou ter estado à conversa, esta terça-feira, com o seu homólogo norte-americano, tendo agradecido a Donald Trump os seus "esforços para uma paz justa e duradoura".
"Uma conversa produtiva com o presidente Trump, com o foco principal, claro, ser acabar com a guerra. Somos gratos a Donald Trump pelos seus esforços para uma paz justa e duradoura. É um dever parar o assassinato o mais rápido possível e nós apoiamos totalmente. Já poderiam ter passado muitos meses sem guerra se a Rússia não a prolongasse", começou por escrever na rede social X (antigo Twitter).
Zelensky referiu que, durante a conversa telefónica, a Ucrânia e os Estados Unidos "coordenaram as suas posições" e trocaram "avaliações" sobre a guerra.
"Os russo intensificaram a brutalidade dos seus ataques. O presidente Trump está plenamente informado sobre os ataques a Kyiv e em outras cidades e comunidades", afirmou.
Deu ainda conta de que falaram "sobre sanções contra a Rússia" e que a economia russa "continua em declínio". "É por isso que Moscovo é tão sensível a esta possibilidade [das sanções] e à determinação do presidente Trump".
"Discutimos decisões europeias que podem ajudar na nossa defesa. Já temos compromissos com os Países Baixos, Suécia, Noruega e Dinamarca - mais de mil milhões de dólares em armas americanas que a Ucrânia irá receber. Obrigado! A cooperação com os países da NATO irá continuar", explicou.
O presidente ucraniano revelou também que foi discutida a "cooperação bilateral no domínio da defesa com os Estados Unidos". "O projeto de acordo sobre drones já foi preparado pela lado ucraniano e estamos prontos para o discutir detalhadamente e concluí-lo".
"Obrigado a cada um dos corações americanos que apoia a defesa da nossa vida. Obrigado presidente Trump", acrescentou.
A productive conversation with President Trump, with the key focus of course being ending the war. We are grateful to @POTUS for all efforts toward a just and lasting peace. It is truly a must to stop the killing as soon as possible, and we fully support this. Many months could… pic.twitter.com/2doL7xsGkG
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) August 5, 2025
Enviado especial Steve Witkoff vai à Rússia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no domingo, dia 3 de agosto, que o seu enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, visitará a Rússia "na quarta e na quinta-feira".
A visita acontece quando se aproxima o final do prazo anunciado por Trump no ultimato que lançou a Moscovo para colocar um ponto final na guerra contra a Ucrânia.
"Se acabar o prazo e a Rússia não tiver aceitado um cessar-fogo, haverá sanções. Mas (Moscovo) parece bastante disposta a evitar as sanções. São pessoas astutas e bastante hábeis para contorná-las", declarou Trump à comunicação social este domingo, antes de anunciar que Witkoff, "talvez" esta semana, "quarta e quinta-feira, viaje para a Rússia".
Quando questionado sobre se Moscovo poderia fazer alguma coisa para evitar as sanções, Trump respondeu: "Sim, chegar a um acordo para que as pessoas deixem de morrer".
Trump afirmou na terça-feira que começava nesse dia um ultimato de dez dias que concedia ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, para chegar a um acordo de paz com a Ucrânia.
"Dez dias a partir de hoje [dia 3 de agosto]", disse Trump, a bordo do avião presidencial Air Force 1, durante uma conversa com jornalistas, que lhe perguntaram sobre a redução do prazo que ele tinha anunciado recentemente.
De notar que as tensões entre o Kremlin e a Casa Branca têm aumentado nos últimos dias, com Donald Trump a destacar dois submarinos nucleares em resposta a comentários nas redes sociais por parte do antigo presidente russo Dmitri Medvedev.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu na segunda-feira que "não há vencedores" numa guerra atómica, recomendando cautela, embora tenha referido que os dois submarinos norte-americanos anunciados por Trump "já estão em serviço" de forma permanente.
No mesmo dia, o Kremlin anunciou que ia levantar a moratória sobre mísseis de curto e médio alcance, após a retirada do tratado internacional para eliminar este equipamento militar, anunciando hoje que ia destacar este tipo de material bélico caso considerasse necessário.
Leia Também: Rússia vai destacar mísseis de curto e médio alcance se achar necessário