Washington mantém uma tarifa de 39% sobre as exportações suíças para os Estados Unidos, a mais elevada aplicada a um país europeu, que as autoridades helvéticas vão procurar reduzir antes da nova data firmada por Trump, 07 de agosto (quinta-feira), para a sua entrada em vigor.
O objetivo da viagem, que não estava planeada anteriormente, é "melhorar a situação tarifária da Suíça", disse um breve comunicado do Conselho Federal (Governo).
Keller-Sutter e Parmelin, que chefiam o atual executivo helvético e detêm respetivamente as pastas ministeriais das Finanças e da Economia, vão liderar uma delegação que inclui também secretários de Estado das duas pastas.
"O objetivo é apresentar uma oferta mais atrativa aos Estados Unidos, com vista a baixar as 'taxas recíprocas' sobre as exportações suíças e tendo em conta as preocupações dos Estados Unidos", acrescentou o comunicado oficial.
Na segunda-feira, o Conselho Federal sublinhou num outro comunicado, elaborado após quatro dias de deliberação sobre uma resposta às tarifas anunciadas pela Casa Branca a 31 de julho, que pretende manter as boas relações económicas com os Estados Unidos.
A administração Trump argumenta estas elevadas taxas com o défice comercial que mantém com a pequena mas próspera economia da Europa Central, que ascendeu a cerca de 40 mil milhões de dólares (cerca de 34 mil milhões de euros) em 2024.
Washington anunciou tarifas de 31% sobre os produtos suíços em abril, baixou-as para 10% durante a "trégua" de três meses em que as duas partes negociaram um acordo sem sucesso, e vai aumentá-las para 39% na quinta-feira, se ainda não houver progressos.
Esta sobretaxa, muito mais elevada do que os 15% impostos aos concorrentes da União Europeia, constitui um grande desafio para a economia suíça, sendo a grande incógnita o tratamento reservado aos produtos farmacêuticos, que representam "mais de metade" das exportações da Suíça, sublinhou o professor de Economia Hans Gersbach, citado pelas agências internacionais.
Os impactos das tarifas podem custar entre 0,3% e 0,6% do crescimento anual da Suíça, mas o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) poderá subir até "pelo menos 0,7%", dependendo da solução adotada em relação aos produtos farmacêuticos, acrescentou Gerbach.
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