Rússia vai destacar mísseis de curto e médio alcance se achar necessário

A Rússia anunciou hoje que vai destacar mísseis de curto e médio alcance se considerar necessário, depois de Moscovo ter posto fim esta semana à moratória sobre este tipo de armamento.

Mísseis ; Jerusalém ; Israel ; Irão ; Médio Oriente

© Mostafaf Alkharouf/Anadolu via Getty Images

Lusa
05/08/2025 14:45 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"A Rússia já não está limitada de forma alguma nesta matéria. A Rússia considera-se no direito de tomar as medidas adequadas, se necessário", afirmou, em conferência de imprensa, o porta-voz da presidência russa (Kremlin).

 

Dmitri Peskov acrescentou "ser improvável" qualquer anúncio de Moscovo sobre um possível destacamento por ser uma "questão sensível" relacionada com a defesa do país, noticiou a agência estatal russa TASS.

Na segunda-feira, a Rússia declarou que já não se considera vinculada a uma moratória autoimposta no recurso a mísseis de alcance intermédio com capacidade nuclear, abrindo caminho para uma nova corrida ao armamento.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo relacionou a decisão com os esforços dos Estados Unidos e dos aliados para desenvolver armas de alcance intermédio e com os preparativos para a implantação na Europa e noutras partes do mundo, citando como exemplo os planos dos EUA para implantar mísseis Typhoon e Dark Eagle na Alemanha, a partir do próximo ano, de acordo com um comunicado.

As ações dos EUA e dos aliados criam uma "ameaça direta à segurança" da Rússia, alegando que isso acarreta "consequências prejudiciais significativas para a estabilidade regional e global, incluindo uma perigosa escalada de tensões entre potências nucleares", indicou a diplomacia russa, na mesma nota.

Recentemente, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que Moscovo planeava implantar os novos mísseis Oreshnik no território da vizinha e aliada Bielorrússia ainda este ano.

A declaração russa surgiu depois do anúncio do Presidente dos EUA, Donald Trump, na sexta-feira, sobre o reposicionamento de dois submarinos nucleares norte-americanos, decisão tomada quando se aproxima o fim do prazo que deu ao Kremlin para chegar a um acordo de paz na Ucrânia, no final desta semana.

Os mísseis de alcance intermédio podem voar entre 500 e 5.500 quilómetros.

Este tipo de armas foi proibida pelo Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, na sigla em inglês) de 1987, assinado pelos EUA e pela antiga União Soviética.

Washington e Moscovo abandonaram o pacto em 2019, acusando-se mutuamente de violações, levando o colapso daquele tratado a alimentar os receios de uma repetição da crise dos mísseis europeus da era da Guerra Fria, quando os dois países estacionaram mísseis de alcance intermédio no continente, nos anos de 1980.

Estas armas são vistas como particularmente desestabilizadoras porque demoram menos tempo a atingir os alvos, em comparação com os mísseis balísticos intercontinentais, sem deixar muito tempo para decisões e por aumentarem a probabilidade de um conflito nuclear global devido a um falso alerta de lançamento.

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