O Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI, Movimento Paquistanês pela Justiça) e os seus aliados da oposição convocaram um "Dia Negro" com manifestações nas principais cidades do Paquistão, coincidindo com a data em que se assinalam dois anos desde que Khan foi detido por corrupção.
As autoridades paquistanesas proibiram as manifestações e enviaram milhares de polícias para cidades como Lahore, capital da província de Punjab, segundo uma fonte policial em declarações à agência noticiosa espanhola EFE.
Na segunda-feira, as forças de segurança detiveram vários membros do PTI e ativistas, resultando em pelo menos 200 detenções só em Lahore, incluindo sete deputados da província, de acordo com o porta-voz do partido, Zulfikar Bukhari.
As autoridades paquistanesas, no entanto, não confirmaram o número total de detidos.
Alguns vídeos divulgados pelo PTI mostram as forças de segurança a vandalizar veículos e bandeiras do partido e a invadir as residências de alegados membros.
Apesar das rusgas, o PTI decidiu levar o protesto até ao parlamento paquistanês, em Islamabad, com vários dos seus deputados a abandonar a sessão parlamentar numa tentativa de marchar até à prisão de Adiala, onde Khan está detido.
Todos os manifestantes foram bloqueados pela polícia.
Num comunicado divulgado por ocasião da jornada de protesto, o partido alegou que o seu líder está na prisão "com todos os seus direitos humanos básicos revogados, sem acesso ou com acesso muito limitado à sua equipa jurídica ou à sua família".
Na rede social X, uma conta atribuída a Khan instava os apoiantes do antigo governante a "sair e protestar pacificamente até que a verdadeira democracia seja restaurada".
A oposição convocou os protestos para assinalar hoje o segundo aniversário da prisão de Khan, uma estrela internacional do críquete que chefiou o Governo paquistanês entre 2008 e 2012.
O antigo primeiro-ministro foi condenado em vários processos, incluindo a uma pena de 10 anos de prisão por fuga de segredos de Estado e uma pena de 14 anos por corrupção na venda de presentes de Estado.
Além das penas de prisão, ficou proibido de exercer cargos públicos.
Khan, 72 anos, natural de Lahore, continua a ser considerado o líder político mais popular do Paquistão, segundo a EFE.
Após a primeira detenção de Khan, em maio de 2023, eclodiu uma onda de violência que culminou em ataques a instalações militares.
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