No total, de acordo com o exército israelita, os cinco países, juntamente com Israel, lançaram 126 pacotes de ajuda alimentar no sul e no norte do enclave palestiniano.
A Alemanha lançou 34 paletes com quase 14 toneladas de alimentos e material médico em dois voos militares, enquanto a França tinha programado quatro voos com um total de 40 toneladas de ajuda para hoje.
A Espanha lançou 12 toneladas de ajuda, incluindo 5.500 rações alimentares, que poderão alimentar cerca de 11.000 pessoas na Faixa de Gaza.
Os países europeus juntam-se assim à Jordânia e aos Emirados Árabes Unidos que na quinta-feira, pelo quarto dia consecutivo, lançaram um total de 16 toneladas de alimentos e leite para bebés.
Relatos de testemunhas na Faixa de Gaza, citados pelas agências internacionais, referiram que seis descargas ocorreram no norte do enclave, uma das quais aterrou numa zona inacessível depois de ter caído numa zona militarizada.
As mais de 100 caixas de ajuda alimentar caíram num dia com mais lançamentos aéreos do que o habitual, coincidindo com a visita do enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, para supervisionar a receção de alimentos em Gaza.
Na quinta-feira foram lançadas 43 caixas de ajuda a Gaza, de acordo com o exército israelita.
Fontes de Gaza disseram à agência espanhola EFE que um dos lançamentos, contendo cerca de 15 caixas de ajuda humanitária, caiu no corredor de Netzarim, que é totalmente controlado pelo exército israelita e divide Gaza em norte e sul.
"Na primeira quinzena de julho, pelo menos 5.000 crianças com menos de 5 anos foram internadas por desnutrição aguda e 63 crianças perderam a vida devido à desnutrição e à fome em Gaza, em julho. Temos de inundar a Faixa de Gaza com água, alimentos e medicamentos, não há tempo a perder", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, numa entrevista à Franceinfo, anunciando os quatro voos franceses previstos para hoje.
A Espanha justificou a sua ação alegando, nas palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, que os habitantes do enclave palestiniano estão a sofrer "uma fome induzida" por Israel.
"É uma vergonha para toda a humanidade", lamentou o ministro espanhol, que exigiu que o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu permita a passagem "permanente, ininterrupta e livre" de toda a ajuda humanitária necessária.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, que se encontra atualmente na região para discutir um possível cessar-fogo entre Israel e o Hamas e a "dramática" situação humanitária dos habitantes de Gaza, afirmou, por sua vez, que Berlim "não poupa esforços para ajudar a população" palestiniana.
"Perante a situação absolutamente dramática, o lançamento de ajuda por via aérea é uma forma adicional de fazer chegar rapidamente os fornecimentos urgentes aos mais necessitados. Ao mesmo tempo, continuamos a trabalhar intensamente para restabelecer a rota humanitária terrestre com as organizações das Nações Unidas, que não pode ser substituída por lançamentos aéreos", sublinhou o ministro alemão.
O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, criticou hoje os lançamentos aéreos de ajuda humanitária em Gaza, afirmando que são dispendiosos e menos eficazes do que o transporte efetuado por camiões.
"Os lançamentos aéreos são pelo menos 100 vezes mais caros do que os camiões. Os camiões transportam o dobro da ajuda dos aviões", referiu Lazzarini na rede social X.
Desde outubro de 2023, data que marca o início do conflito em Gaza, mais de 150 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças, segundo o Ministério da Saúde do enclave, tutelado pelo Hamas.
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