Ex-deputado de Macau detido por violar lei de Segurança Nacional

O ex-deputado pró-democracia de Macau Au Kam San foi detido por suspeita de violação da lei de Segurança Nacional, anunciou hoje a Polícia Judiciária.

Crimes graves mantêm baixa taxa de ocorrência em Macau em 2023 - Polícia Judiciária

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Lusa
31/07/2025 12:09 ‧ ontem por Lusa

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Macay

Sem referir o nome completo do antigo deputado, a PJ declarou que um residente de Macau de apelido Au, de 68 anos, foi detido na quarta-feira, por "suspeita de violação da lei relativa à defesa da segurança do Estado" e por ter agido em "conluio, desde 2022, com uma organização anti-China" estrangeira.

 

Uma fonte disse à Lusa tratar-se do ex-deputado Au Kam San, também com 68 anos, e uma das vozes mais críticas da Assembleia Legislativa (AL, parlamento) até 2021, momento em que foi excluído da corrida ao órgão legislativo.

Também a Teledifusão de Macau escreveu que, ao que "foi possível apurar, o suspeito é o ex-deputado Au Kam San, que foi detido ontem [quarta-feira] e presente hoje ao Ministério Público, onde está a ser ouvido".

A Lusa contactou esta manhã a Polícia Judiciária para saber mais detalhes sobre a detenção, mas até ao momento não recebeu qualquer resposta. Também hoje na conferência de imprensa diária, a PJ disse não ter mais informações.

Ainda de acordo com o comunicado da PJ, Au é suspeito de fornecer à "organização anti-China" uma "grande quantidade de falsas informações com carácter provocador, para exibição pública no estrangeiro e 'online' nas redes sociais".

"O indivíduo tem mantido contactos, por um longo período, com diversas entidades anti-China que se encontram fora da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau], e de fornecer repetidamente falsas informações sobre Macau a essas entidades ou aos meios de comunicação social operados por essas entidades", acrescenta-se.

O suspeito teria como objetivos incitar "o ódio entre os residentes de Macau e até mesmo entre pessoas de vários países que desconhecem a verdade" em relação ao Governo central e ao Governo de Macau, "perturbando a eleição para o chefe do Executivo de 2024 em Macau e levando a que países estrangeiros tomem medidas contra" a região semi-autónoma chinesa.

"Após um longo período de investigação e acumulação de provas, a subunidade dedicada à defesa da segurança do Estado da PJ (...) adotou acções na tarde de ontem [quarta-feira] e interceptou o indivíduo na sua residência", que foi "levado às instalações da PJ para investigação", informa-se na nota.

Em declarações à Lusa, Au Kam San comentou recentemente a exclusão de duas listas candidatas às eleições de setembro para a Assembleia Legislativa (AL).

O antigo parlamentar considerou que desqualificar candidatos moderados mostra intenção de reduzir o órgão legislativo de Macau a membros pró-Pequim.

A Comissão da Defesa da Segurança do Estado (CDSE) excluiu, há duas semanas, todos os 12 candidatos de duas listas, considerando-os "não defensores da Lei Básica [a 'mini-Constituição' de Macau] ou não fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China".

O presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) garantiu que os pareceres vinculativos da CDSE, dos quais não é possível recorrer, "têm um fundamento legal claro e suficiente" e foram elaborados "tendo em conta os factos".

O juiz recusou-se a revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que "os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais".

Au Kam San foi um dos deputados pró-democracia excluídos da corrida às eleições legislativas de 2021. Em conjunto com o também histórico ex-parlamentar Ng Kuok Cheong, organizou ao longo de mais de três décadas a vigília - hoje proibida - em homenagem às vítimas dos protestos antigovernamentais de 04 de junho de 1989 em Pequim, na Praça de Tiananmen.

Leia Também: Hotéis de Macau recebem mais de 7,2 milhões de hóspedes no 1.º semestre

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