A diplomacia russa condenou hoje os bombardeamentos israelitas na Síria, realizados alegadamente em apoio aos drusos no sul do país, considerando-os uma "violação flagrante" da soberania síria e do direito internacional.
"Estes ataques, que constituem uma violação flagrante da soberania do país e das normas do direito internacional, devem ser fortemente condenados. Moscovo declara novamente a sua firme posição a favor da necessidade de respeitar a soberania, a unidade e a integridade territorial da Síria", referiu um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, publicado no seu portal oficial.
"Estamos convencidos que a solução para este problema reside no diálogo e no reforço da unidade nacional, bem como no respeito pelos direitos de todos os representantes e comunidades da sociedade multirreligiosa da Síria", indicou a nota.
A Rússia está particularmente alarmada "com os relatos de represálias brutais e inaceitáveis contra a população civil. Os ataques contra a vida e a segurança de civis são inaceitáveis", de acordo com o comunicado.
Na quarta-feira, Israel efetuou múltiplos ataques na Síria, incluindo dois na capital, Damasco, contra o quartel-general do exército sírio e outro junto ao palácio presidencial.
A organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) também relatou pelo menos dois ataques de aviação israelita contra a cidade de Sweida.
Os recentes ataques israelitas, alegadamente em apoio aos drusos, resultaram na morte de 15 soldados e membros das forças de segurança sírias, segundo o OSDH. Estes ataques foram condenados pelo Governo sírio e pela comunidade internacional.
As forças governamentais sírias estão hoje a retirar-se da província de Sweida, de maioria drusa, no sul da Síria, disseram o OSDH e testemunhas à agência de notícias France-Presse (AFP).
A retirada das forças do Governo acontece após a declaração de um acordo de cessar-fogo na quarta-feira.
O presidente interino sírio, Ahmad al-Charaa, anunciou na noite de quarta-feira a transferência da responsabilidade pela manutenção da segurança em Sweida - palco de confrontos intercomunitários que fizeram mais de 350 mortos desde domingo - para "fações locais" e líderes religiosos.
Após os confrontos entre a comunidade drusa e as tribos beduínas em Sweida, que começaram no domingo, as forças do Governo sírio e os seus aliados foram enviados na terça-feira para a região, anteriormente controlada por combatentes drusos locais.
O OSDH, grupos drusos e outras testemunhas acusaram as forças de segurança sírias de inúmeros abusos.
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