"Não acreditamos que uma simples revisão por parte do Gabinete do Inspector-Geral seja suficiente. Por isso, queremos reunir-nos com os responsáveis pelo projeto, receber um relatório e perceber em que ponto estamos", afirmou hoje aos jornalistas o diretor do Gabinete de Administração e Orçamento, Russell Vought, citado pela EFE.
Russel Vought rejeitou a ideia de que o interesse da administração Trump em investigar os custos adicionais - estimados em cerca de 700 milhões de dólares (cerca de 602 milhões de euros) - tenha como objetivo justificar uma eventual demissão de Powell.
"Queremos saber a razão para este [sobrecusto] e queremos obter uma resposta, algum esclarecimento sobre as características deste excesso e as suas implicações para a situação orçamental do país", explicou.
"Queremos perceber a discrepância entre as declarações [de Powell] e os planos apresentados à Comissão Nacional de Planeamento. Estamos a tentar marcar uma reunião para os membros da Comissão Nacional de Planeamento e senadores que manifestaram preocupação", acrescentou.
Jerome Powell tem enfrentado, nas últimas semanas, acusações por parte de legisladores e responsáveis norte-americanos, que o acusam de possivelmente ter prestado declarações enganosas ao Congresso relativamente às polémicas obras de renovação do edifício da Fed em Washington --- cujo custo terá passado de cerca de 1.900 milhões de dólares para mais de 2.500 milhões (de cerca de 1.600 para 2.100 milhões de euros, ao câmbio atual).
Como o presidente dos Estados Unidos só pode demitir o líder da Fed se ficar provado que houve comportamento negligente, acredita-se que o Governo de Trump possa aproveitar esta situação para afastar Powell, que tem sido criticado pelo republicano por não reduzir as taxas de juro.
Questionado na quarta-feira sobre a possibilidade de demissão de Powell, cujo mandato termina em maio de 2026, Trump afirmou que o via como pouco provável, "a menos que tenha de sair por fraude".
Leia Também: Maioria dos membros da Fed vê cortes nas taxas este ano