Sudão. Cerca de 500 mil deslocados de campo de ajuda humanitária

Cerca de 500.000 pessoas, incluindo 260.000 crianças, foram deslocadas do campo de refugiados de Zamzam, no estado sudanês do Darfur do Norte, entre abril e maio, denunciou hoje a Organização Não-Governamental (ONG) Save the Children.

Darfur, Sudão

© -/AFP via Getty Images

Lusa
10/07/2025 15:46 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Sudão

Segundo a Save the Children, a violência é diária neste estado considerado "o epicentro do conflito", que ocorre há mais de dois anos no Sudão. 

 

"Cerca de 75% das pessoas deslocadas acabaram no campo de Tawila, localizado a cerca de 60 quilómetros a sudeste de Zamzam", contextualizou.

A Organização Não-Governamental (ONG) frisou, em comunicado, que entrevistou cerca de 450 crianças deslocadas para Tawila e que centenas fazem relatos "angustiantes de terror" em que testemunharam assassínios e cadáveres nas ruas.

Outro aspeto salientado na nota de imprensa é que mais de metade das meninas entrevistadas (53%) relataram incidentes de violência sexual durante a sua viagem de Zamzam para Tawila.  

"Algumas crianças relataram ter ajudado parentes idosos a percorrer longas distâncias, enquanto outras disseram que foram forçadas a deixar para trás familiares, exaustos, sob ameaça de violência", lamentou.  

"Desde o início do conflito, a vida das crianças foi virada do avesso. Agora acordam ao som de tiros e bombardeamentos. As famílias cavam trincheiras para se protegerem, as escolas estão fechadas e o acesso aos cuidados de saúde é limitado. Muitas relataram que os seus colegas se juntaram a grupos armados ou foram forçados a casar precocemente devido às dificuldades económicas", frisou a organização que reitera que os direitos destas têm sido "completamente ignorados".

Por isso, a Save the Children exorta a comunidade internacional a redobrar os esforços para exigir um cessar-fogo no Sudão, a fim de permitir o acesso humanitário seguro e sem obstáculos e um aumento drástico da assistência humanitária.  

A guerra no Sudão eclodiu em 15 de abril de 2023. O conflito começou entre o exército regular sudanês, liderado por Abdel Fattah al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo ('Hemeti'). 

Leia Também: ONG contou 239 crianças mortas por fome no Darfur desde início do ano

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