Num comunicado, a Missão de Apoio da ONU na Líbia (UNSMIL) pediu que se evite a violência "em particular em áreas densamente povoadas" e que «evitem qualquer ação ou retórica política que possa provocar uma escalada ou levar a uma reativação dos confrontos".
Assim, a UNSMIL lembrou que o Conselho de Segurança da ONU comunicou, a 17 de maio, a "todos os atores políticos e de segurança" que "têm a obrigação, nos termos do Direito Internacional, de proteger a vida dos civis e as suas propriedades", bem como que "os responsáveis por ataques contra civis terão de prestar contas" pelos seus atos.
"A missão continua os esforços para ajudar a reduzir as tensões e pede às partes que participem neles de boa-fé com este objetivo", lê-se no documento da ONU, pedindo, paralelamente, a "rápida aplicação" dos acordos de segurança e a retirada "imediata" das forças recentemente destacadas em Tripoli.
"O diálogo, e não a violência, continua a ser o único caminho viável para alcançar uma paz duradoura e estabilidade em Tripoli e no resto da Líbia", concluiu, numa altura em que são grandes as preocupações sobre a possibilidade de novos combates em grande escala na capital do país africano, que há meses atravessa uma situação de grande fragilidade.
Em maio passado, Tripoli foi palco de violentos confrontos entre milícias rivais após a morte do líder do Aparato de Apoio à Estabilidade (SSA), Abdelghani al-Kikli, combates que resultaram em pelo menos seis mortos e que fizeram temer uma expansão do conflito.
Depois disso, as autoridades internacionalmente reconhecidas, com sede em Tripoli, anunciaram a criação de um comité militar e de segurança para "limpar a capital de grupos armados", de modo que as forças regulares fossem responsáveis por manter a ordem, numa tentativa de controlar a situação e colocá-la sob o seu comando.
"O que aconteceu demonstra que as instituições estatais são capazes de proteger a pátria e preservar a dignidade dos cidadãos", destacou o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional líbio, Abdul Hamid Dbeibé, salientando que as operações são "um passo decisivo para o fim da existência de grupos irregulares" na capital.
A Líbia está dividida em duas administrações depois de a Câmara dos Representantes, com sede no leste do país, ter encerrado o mandato de Dbeibé devido ao adiamento das eleições presidenciais em dezembro de 2021, embora o primeiro-ministro de unidade tenha rejeitado a decisão e optado por permanecer no cargo até à realização das eleições.
O leste da Líbia está dominado, a partir de Bengazi, 1.020 quilómetros a leste de Tripoli, pelo general Khalifa Haftar, comandante do chamado Exército Nacional Líbio (LNA).
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