"Há, diria, um desejo de sanções em Washington que não podemos descartar. Mas, em termos gerais, as ameaças de novas sanções tornaram-se comuns para nós. Sabemos como combater as sanções", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Ryabkov, aos meios de comunicação russos.
Ryabkov admitiu que o anúncio de um novo pacote de sanções proposto pelo Senado norte-americano "seria importante, mas não decisivo", e observou que, nos últimos anos, Moscovo aprendeu a substituir as importações, o que impulsionou o crescimento em vários setores da economia.
O vice-ministro acrescentou que a imposição de tarifas aos parceiros comerciais da Rússia não irá alterar radicalmente a situação, uma vez que o país já está sujeito a mais de 30.000 sanções devido à guerra na Ucrânia.
Ryabkov realçou que "a administração Trump é muito contraditória nas suas ações e declarações", reconhecendo que isso "não facilita" o trabalho das autoridades russas.
O vice-ministro sublinhou que, embora Moscovo esteja a caminhar para "normalizar as relações" com os Estados Unidos, Washington ainda não anunciou um novo embaixador para a Rússia e não respondeu à iniciativa russa de retomar os voos diretos entre os dois países, nem à questão da devolução de propriedades diplomáticas congeladas.
Trump intensificou as críticas ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, nos últimos dias, por este se ter recusado a aceitar o cessar-fogo na Ucrânia, depois de ter anunciado que Washington iria fornecer armas defensivas a Kiev.
Todas estas questões serão abordadas hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, no encontro que está marcado para Kuala Lumpur, à margem da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
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