A assinatura dos princípios deste acordo abre caminho para libertar o "incrível potencial económico da região dos Grandes Lagos e alcançar maior prosperidade e paz duradoura", refere o Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado dos EUA, numa mensagem hoje publicada nas redes sociais.
Os princípios acordados incluem a coordenação conjunta em áreas como a energia, infraestruturas, mineração, gestão de parques nacionais, turismo e saúde pública.
A RDCongo, país vizinho de Angola, e o Ruanda assinaram um acordo de paz a nível ministerial em Washington, no dia 27 de junho, com mediação do Presidente norte-americano, Donald Trump, com o objetivo de pôr fim a mais de três décadas de tensões bilaterais e atrair investimento multimilionário para uma região rica em minerais estratégicos.
No âmbito do acordo, Kinshasa e Kigali comprometeram-se a lançar um quadro de integração económica regional no prazo de 90 dias, recordou Washington.
A adoção deste quadro aconteceu após a realização, na quinta-feira, da primeira reunião do Comité Conjunto de Acompanhamento do acordo de paz, na qual foram analisados os progressos da sua aplicação.
"Estes marcos representam um progresso concreto na promoção da segurança, da cooperação económica e da procura conjunta da paz e da prosperidade no âmbito do acordo de paz", afirmou o conselheiro de Trump para África, Massad Boulos, nas redes sociais.
Paralelamente a este processo, o Governo congolês e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) assinaram uma declaração de princípio no dia 19 de julho, em Doha, durante uma reunião organizada pelo Qatar, com o objetivo de suspender os combates no leste do país.
O conflito no leste da RDCongo intensificou-se no final de janeiro, quando o M23 assumiu o controlo de Goma, capital da província de Kivu do Norte, e avançou posteriormente sobre Bukavu, capital da vizinha Kivu do Sul, ambas ricas em recursos minerais utilizados em telemóveis e veículos elétricos.
A ofensiva do M23 provocou milhares de mortos e obrigou mais de 1,2 milhões de pessoas a abandonar as suas casas, de acordo com os dados mais recentes do Conselho Norueguês para os Refugiados.
Desde 1998 que o leste do Congo está imerso num conflito marcado pela presença de milícias rebeldes e confrontos com o exército, apesar do envio da missão da ONU (Monusco).
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