Walter Pandiani concedeu uma extensa entrevista à edição desta segunda-feira do jornal espanhol As, na qual abordou diversos temas, entre eles, aquele que foi um dos jogos mais 'escaldantes' da carreira, no qual ajudou o Osasuna a levar de vencida o Real Madrid, no Estádio Reyno de Navarra, por 1-0, a 30 de janeiro de 2011.
"Ali, as pessoas são muito quentes, e assobiaram-no e insultaram-no desde que entrou para o aquecimento. Isso chateou-o, e, quando treinava os pontapés livres, tentava acertar nas pessoas. Por isso, o jogo começou já quente. Numa falta a favor do Real Madrid, o Cristiano empurrou o meu companheiro de equipa, [Javier] Camuñas, e eu fui lá defendê-lo", começou por afirmar.
"Empurrei-o, e ele perguntou-me quem eu era e quanto é que cobrava (...). A confusão continuou, no túnel de acesso aos balneários, com ele e com Sergio Ramos. Eu estava muito incomodado, e eles também. Não gostei, de todo, da atitude dele. Era um tipo arrogante. Como goleador, era tremendo, mas o comportamento dele deixava muito a desejar", prosseguiu.
"Depois, apareceu [José] Mourinho, a dizer que eu estava à procura de publicidade gratuita, quando levava onze anos a jogar na primeira divisão. Foi muito desagradável", completou o ex-avançado, que, ao longo da carreira, representou, ainda, Progreso, Peñarol, Deportivo da Corunha, Mallorca, Birmingham City, Espanyol, Villarreal, Atlético Baleares, Miramar Misiones e Lausanne-Sport, onde acabaria por 'pendurar as chuteiras', em 2016.
Também fez a desfeita a Luís Figo
Na mesma entrevista, o antigo internacional uruguaio recordou o (histórico) dia de 3 de maio de 2003, que marcou o golo que abriu o caminho à 'estrondosa' vitória conquistada pelo Mallorca, em pleno Santiago Bernabéu, por 1-5, perante um Real Madrid no qual despontavam nomes como Luis Figo, Roberto Carlos (que até marcou um autogolo), Zinédine Zidane ou Ronaldo.
"Foi pouco tempo antes de conquistarmos a Taça do Rei. Começou por marcar Ronaldo Nazário, e, depois, chegou uma reação fulgurante da nossa parte, na segunda parte. Eu marquei o primeiro golo, e o Samuel [Eto'o'] o terceiro. É uma linda recordação. Também os derrotámos, por 4-0, em Mallorca, na Taça do Rei. Tínhamos uma grande equipa", referiu.
"Aquela goleada no Santiago Bernabéu foi transcendente. Quando acabou o jogo, eu não conseguia acreditar. Lembro-me das caras deles, a olhar entre si, a perguntarem a si mesmos o que é que tinha acontecido. O Eto'o e o Ariel Ibagaza fizeram um jogo enorme, e todos demos um grande espetáculo. No geral, fomos muito eficientes, naquele dia", acrescentou.
Com 45 anos de idade, Walter Pandiani procura, agora, dar continuidade ao sucesso, no mundo do futebol, desta feita, na qualidade de treinador. Neste momento, orienta o Miramar Misiones, que vai ocupando a 11.ª posição do principal escalão do futebol uruguaio.
Este é, de resto, apenas o quinto clube que o antigo goleador natural de Montevideo comanda, desde que deu início à nova carreira, em 2019. Para trás, ficaram passagens por Lorca FC, CA Cerro, Cerrito e Albion.
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