A verdadeira disputa na Ligue 1 parece acontecer abaixo do primeiro lugar, tal a supremacia da equipa dos internacionais portugueses Nuno Mendes, João Neves, Vitinha, Gonçalo Ramos e Renato Sanches (que esteve emprestado na época passada ao Benfica e deverá voltar a ser cedido).
Na temporada anterior, o Paris Saint-Germain cumpriu a formalidade quando faltavam disputar seis jornadas e a questão que se coloca a cada nova época é de saber com que antecedência o clube da capital francesa vai festejar a conquista de mais um título nacional.
Apenas o Mónaco, em 2017, sob a liderança do treinador português Leonardo Jardim, e o Lille, em 2021, ousaram contrariar o domínio do PSG, que se sagrou campeão em 11 dos últimos 13 anos, saltando, em pouco mais de uma década, para o topo da lista de vencedores da liga, com 13 troféus (tinha dois até 2013), à frente do Saint-Étienne (10).
Se o ascendente interno dos parisienses não é uma novidade, o verdadeiro estado de graça só surgiu com a chegada do treinador espanhol Luis Enrique e teve o momento mais alto com a conquista da ambicionada Liga dos Campeões, há menos de três meses, e logo com uma goleada por 5-0 na final, sobre o Inter Milão.
A série vitoriosa acabou por ser quebrada na final do renovado Mundial de clubes, em 13 de julho, quando foi batido por 3-0 pelo Chelsea, detentor da Liga Europa.
Agora, como campeão da Europa e 'vice' mundial, o maior desafio de Luis Enrique pode ser o de motivar um conjunto de jogadores estelares - com nove dos 30 candidatos à Bola de Ouro, entre os quais Nuno Mendes, João Neves e Vitinha -, para disputar uma prova a anos-luz do encanto da 'Champions'.
Hakimi, Marquinhos, Fabián Ruiz, Kvaratskhelia, Doué, Barcola e Dembélé, além dos quatro -- ou cinco -- portugueses, joias que o catari Nasser Al-Khelaïfi, presidente e dono do PSG, foi acumulando na capital francesa, não permitem à concorrência sonhar muito alto, mesmo perante a iminente saída do guarda-redes Donnarumma.
O Marselha, que na temporada anterior foi um distante segundo classificado, sabe que dificilmente conseguirá fazer melhor e essa posição, mesmo com 19 pontos de atraso, como aconteceu em 2024/25, não parece ser um resultado tão negativo, até para o terceiro clube mais titulado (nove).
Tal como os marselheses, devem continuar à espera para celebrar a conquista do título francês outros presumíveis candidatos, como o Mónaco, terceiro colocado na edição transata, o Nice, eliminado pelo Benfica na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, e o Lyon, treinado por Paulo Fonseca.
O técnico, que levou o Lyon ao sexto lugar e ainda cumpre uma suspensão de nove meses por intimidar um árbitro, é um dos dois treinadores portugueses em ação na Ligue 1 de 2025/26, uma vez que Luís Castro - que esteve próximo de promover o Dunquerque ao primeiro escalão - assumiu o comando do Nantes, 13.º colocado na época passada.