Após uma temporada aquém das expectativas na estreia como presidente portista, André Villas-Boas começou por demitir o treinador argentino Martín Anselmi e eleger o italiano Francesco Farioli para a sucessão, um jovem técnico, de 36 anos, que teve um curto - mas ascendente - trajeto até orientar o Ajax na última temporada.
Em Amesterdão, o técnico havia transformado um clube em desinvestimento, que se tinha ficado pelo quinto lugar do campeonato neerlandês na época anterior à sua chegada, mas acabando por perder um título quase certo ao 'desperdiçar' 10 pontos nas quatro jornadas finais.
Ainda assim, o Ajax 'encantou' com um jogo de posse de bola e intensidade, numa estrutura de '4-3-3' que foi outrora uma marca de identidade do FC Porto e pretende agora resgatar.
Num momento em que perdura alguma cisão pós-eleitoral na massa adepta portista, Villas-Boas assumiu que estava na hora de dar primazia à vertente desportiva, após atenuados os problemas financeiros herdados do executivo anterior.
As transferências de Nico González e Galeno, em janeiro, a renegociação da dívida, com a maior emissão obrigacionista da história da SAD (115 ME a 25 anos), e um novo acordo com a Ithaka Infra III para a exploração comercial do estádio garantiram liquidez para um defeso ambicioso.
Na apresentação de Farioli, o líder dos 'azuis e brancos' vaticinou que este seria feito o "maior mercado da história do FC Porto", com o jovem médio dinamarquês Victor Froholdt, vindo do FC Copenhaga, a custar 20 ME aos cofres portistas e a encabeçar uma lista de reforços de alto perfil.
Para além do centrocampista Gabri Veiga, chegado antes do Mundial de clubes, foram também contratados o lateral luso Alberto Costa, ex-Juventus, e o extremo espanhol Borja Sainz, vindo do Norwich.
O polaco Jan Bednarek e o croata Dominik Prpic, provenientes de Hajduk Split e Southampton, respetivamente, vieram renovar o eixo defensivo, enquanto o experiente avançado neerlandês Luuk de Jong, ex-PSV Eindhoven, traz uma alternativa reputada a Samu na posição '9'.
Nas vendas, o FC Porto conseguiu encaixes substanciais, mas mantendo as suas principais figuras, com o delicado 'dossiê' Francisco Conceição a resolver-se com a saída em definitivo para a Juventus por 32 ME.
João Mário também rumou à 'vecchia signora', em negócio relacionado com a vinda de Alberto Costa, Otávio Ataíde transferiu-se para o Paris FC e Gonçalo Borges para o Feyenoord, entre outras saídas de menor expressão.
Perante um FC Porto modificado, com treinador estreante em Portugal, qualquer prognóstico carece de uma amostra que o sustente, mas o segundo 'capítulo' do mandato de Villas-Boas cria a expectativa entre portistas de que a crise possa ser relegada ao passado.