Uma das maiores 'novelas' do mercado de transferências de verão chegou, este sábado, ao fim, com o Sporting a oficializar a venda de Viktor Gyokeres ao Arsenal, a troco de 65,8 milhões de euros, contemplando o acordo mais de dez milhões de euros em bónus dependentes do cumprimento de objetivos desportivos.
O internacional sueco está, desta maneira, de regresso a Inglaterra, sensivelmente, dois anos depois de ter sido adquirido ao Coventry City, do Championship (o equivalente ao segundo escalão do futebol do país), por perto de 20 milhões de euros, e de ter somado 97 golos e 27 assistências ao cabo de 102 partidas oficiais disputadas de leão ao peito.
Adi Viveash trabalhou de perto com o jogador de 27 anos de idade, ao serviço dos Sky Blues, e, em declarações prestadas, este domingo, à estação televisiva britânica Sky Sports, explicou, ao detalhe, como é que este foi trabalhado, ao ponto de ter 'explodido' em Alvalade.
"Ele era, realmente, incrível. O poder dele, de pegar na bola e correr com ela, rebentando pelos espaços, ligando o jogo, sendo muito bom em ambas as áreas ao nível das bolas paradas... Não era um ponto forte dele, mas tornou-se, certamente, muito bom nas bolas paradas defensivas, comigo, que o coloquei a defender o primeiro poste", começou por afirmar.
"A capacidade dele de correr, correr e correr foi aquilo que o diferenciou, no Championship. Os pontas de lança das outras equipas realizavam três ou quatro corridas brilhantes, mas ele conseguia fazer 12, 13 ou 14 (...). Se derem ao Vik meio campo nas costas, com uma linha defensiva alta, e errarem na linha, nunca irão apanhá-lo. Vai continuar a correr nas costas, a desgastar o adversário", prosseguiu.
"Obviamente, no final, as linhas defensivas recuaram. Eu costumava fazer muito trabalho com ele em espaços curtos, porque, quando ele se deparava com um relvado cheio de espaço, era mais fácil. Foi preciso muito trabalho para fazê-lo entender e aceitar essa ideia", completou o antigo treinador-adjunto do Coventry City.
Exigente (também) no Coventry City
Em Alvalade, ficou à vista o quão forte poderia ser a personalidade de Viktor Gyokeres, não só dentro das quatro linhas, onde não desistia enquanto não marcava um golo, como também fora delas, tendo o expoente máximo surgido quando rejeitou deixar o Sporting rumo ao Manchester United, de Ruben Amorim, por estar empenhado em mudar-se para o Arsenal.
No entanto, antes disso, no Coventry City, o cenário não foi muito diferente: "O Vik queria que as sessões de treino fossem como o Vik queria trabalhar. Ele queria trabalhar a finalização num certo período, ele queria fazer isto, ele queria fazer aquilo. Ele tinha uma personalidade forte, e, quando duas pessoas assim se encontram, é preciso encontrar uma maneira de comunicar".
"Batíamos de frente, por vezes, para bem de ambos, na verdade, mas, certamente, ele apercebeu-se daquilo que valia, à medida que o tempo foi passando", rematou. Resta, agora, aguardar pela estreia de Viktor Gyokeres ao serviço do Arsenal, que poderá surgir já no próximo dia 17 de agosto, perante... o Manchester United, na jornada inaugural da Premier League.
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