Gigantes automóveis de Japão e Alemanha sofrem impacto de tarifas dos EUA

As gigantes automóveis de Japão e Alemanha já sentem o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos da América sobre as importações do setor, que entram em vigor na quinta-feira, tendo reportado perdas até junho.

Donald Trump, Tarifas, EUA,

© Chip Somodevilla/Getty Images

Lusa
06/08/2025 17:32 ‧ ontem por Lusa

Auto

Tarifas dos EUA

As gigantes automóveis de Japão e Alemanha já sentem o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos da América sobre as importações do setor, que entram em vigor na quinta-feira, tendo reportado perdas até junho.

 

Na Europa, o grupo Volkswagen, a que pertencem Audi e Porsche, entre outros, Mercedes-Benz e BMW já acusaram o impacto das tarifas nos resultados até junho, enquanto no arquipélago japonês Honda, Toyota e Nissan apresentaram e antecipam quebras dos lucros.

Além da concorrência chinesa, também o impacto das tarifas soou alarmes nas marcas alemãs, apesar do acordo entre EUA e União Europeia (UE), que reduziu as tarifas a aplicar a partir desta quinta-feira dos iniciais 27,5% para 15%.

No Grupo Volkswagen, que também conta com as insígnias Seat e Cupra, os lucros caíram 26,6% face ao período homólogo, para 4.005 milhões de euros, com destaque para o impacto na Porsche e Audi.

Até junho, a Porsche teve uma quebra de 66,4% dos lucros, para 724 milhões de euros, justificada com a redução nas vendas de carros de luxo na China e pelas tarifas, algo reconhecido pelo presidente do Conselho de Administração da marca, Oliver Blume.

Já na Audi, a fábrica anunciada em 2016 na cidade mexicana de San José Chiapa, significa que os veículos lá montados ficam sujeitos a tarifas de 25%, acima dos concluídos na Europa (15%), sendo que poderão ser agravadas com o fim da prorrogação aplicada ao México.

De acordo com a Efe, que cita fontes da Audi, as tarifas impactaram o desempenho financeiro da marca em 600 milhões de euros, que ganhou 1.346 milhões de euros, menos 37,5%).

Para a Mercedes-Benz e para a BMW, por outro lado, a existência de uma fábrica nos EUA poderá deixar as duas marcas em melhores condições que as insígnias do Grupo Volkswagen.

A BMW vê o acordo entre Washington e Bruxelas com satisfação, embora a empresa aponte que as tarifas acordadas continuam a representar um encargo para as exportações europeias "e, portanto, para os consumidores e as empresas que operam a nível mundial".

A BMW, que junta ainda Mini e Rolls-Royce, lucrou 4.015 milhões de euros até junho, menos 29% em termos homólogos, enquanto a Mercedes chegou aos 2.688 milhões de euros, apesar da queda de 55,8% face a igual período de 2024.

A Mercedes, que conta com 11.000 pessoas nos EUA, o acordo é "um passo significativo" que traz "um alívio importante para a indústria automóvel alemã".

Do outro lado do oceano pacífico, o anúncio unilateral de tarifas de 15%, comunicado por Trump em 23 de julho, teve reações mistas junto do que é o principal impulsionador das exportações japonesas.

As tarifas recíprocas passam, assim, a ser de 15%, contra os 25% com que o chefe de Estado dos EUA ameaçou Tóquio em abril.

Os receios levaram o negociador japonês Ryosei Akazawa a Washington para obter uma garantia escrita de que as tarifas são 15%, para clarificar a confusão instalada em Tóquio sobre esta matéria.

No entanto, os principais fabricantes japoneses já registaram uma deterioração nas contas.

Na Honda, os responsáveis esperam uma queda de 49,8% no ano fiscal que termina em março do próximo ano, depois de uma redução de 50,2% no seu primeiro trimestre.

Já na Toyota, a maior a nível global, os seus resultados serão apresentados na quinta-feira e os analistas antecipam perdas de 30% em termos homólogos.

Longe da solidez de outros anos, a Nissan Motor, que continua a ser a terceira maior fabricante, até junho foram registadas perdas de 115.800 milhões de ienes (677 milhões de euros), depois de ter tido um dos piores resultados no ano fiscal terminado em março.

A Nissan não publicou expectativas para este ano, mas começou uma reestruturação que implica o despedimento de cerca de 20.000 pessoas (15% dos trabalhadores) e o encerramento de sete das 17 fábricas espalhadas pelo mundo.

Para mitigar os efeitos, as marcas viraram-se para alternativas, como ajustes de preços ou a importação de automóveis feitos nos EUA para mitigar o impacto tarifário.

Leia Também: Lucro da Honda cai 50% entre abril e junho ('culpa' é de tarifas dos EUA)

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas