"Os lisboetas vão ter de escolher aquilo que querem ter para o futuro: se querem esta nossa coligação de moderados, que faz, que realiza, que é concreta, ou se querem uma candidatura do radicalismo do contra, hoje incorporada neste novo bloco da esquerda", afirmou Carlos Moedas, numa alusão à coligação PS/Livre/BE/PAN, protagonizada pela socialista Alexandra Leitão.
O social-democrata e atual presidente da Câmara de Lisboa falava no âmbito da formalização do acordo de coligação PSD/CDS-PP/IL - "Por ti, Lisboa" para as eleições autárquicas de 12 de outubro, que ocorreu na Fábrica de Unicórnios, local que destacou como "especial" por ter ajudado a capital portuguesa "a estar no topo da Europa e a criar milhares de empregos", assim como "transformar o impossível em possível".
Antes de Carlos Moedas, intervieram Mário Amorim Lopes pela IL, Telmo Correia pelo CDS-PP e Hugo Soares pelo PSD.
Fazendo a sua intervenção junto de dezenas de pessoas com cartazes azuis e amarelos da coligação "Por ti, Lisboa", o social-democrata voltou a agradecer aos três partidos - PSD, CDS-PP e IL - e considerou que esta junção de forças à direita revela que o trabalho de quatro anos de mandato municipal merece esse reconhecimento.
O autarca do PSD disse ainda que a escolha em Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro é "entre efetivamente aqueles que decidem, aqueles que fazem, e aqueles que prometem e que são os donos daquilo que não fizeram", numa alusão ao PS, partido que têm reivindicado a responsabilidade sobre parte das obras executadas na cidade durante o atual mandato, sobretudo na área da habitação.
"Temos aqui uma escolha entre parar tudo, parar o que estamos a fazer, o que está em curso ou continuar a fazer Lisboa", afirmou Carlos Moedas, destacando o investimento no atual mandato 2021-2025 de 1,2 mil milhões de euros, "mais 456 milhões de euros do que no mandato anterior", sob liderança do PS.
O social-democrata apontou a construção de 24 equipamentos municipais durante o atual mandato, nomeadamente 10 escolas, nove creches e cinco centros de saúde: "Não foram feitos em 10 anos, foram feitos em quatro anos do princípio ao fim, e com o muito pela frente, com mais 13 equipamentos que temos em construção".
"O PS diz que tudo é deles e o pior é que eles acreditam nisso [...]. O PS é o partido que é dono do que não foi feito", criticou.
Moedas enalteceu o trabalho deste mandato, incluindo a entrega de 2.600 casas, a instalação de câmaras de videoproteção, a concretização da obra do túnel de drenagem, a redução de impostos cobrados aos lisboetas, o aumento da taxa turística e a captação de 15 unicórnios e 82 centros de inovação tecnológica para Lisboa, "que criaram 16.000 empregos".
"Aqueles que têm medo de falar das empresas é porque não querem criar emprego e quando não há emprego, não há riqueza, e quando não há emprego, não há distribuição dessa riqueza. O bloco da esquerda não quer unicórnios. O bloco da esquerda quer pobreza", acusou o candidato de PSD/CDS-PP/IL.
O social-democrata dedicou parte do seu discurso a tecer críticas diretas à socialista Alexandra Leitão, cabeça de lista à Câmara de Lisboa pela coligação PS/Livre/BE/PAN, desde as dúvidas que manifestou quanto à obra do túnel de drenagem à participação numa "manifestação contra os polícias", referindo-se ao protesto contra a ação policial na Rua do Benformoso - "Não nos encostem à parede".
"A mim nunca me verão numa manifestação contra os polícias", afirmou Moedas, referindo que com o anterior ministro da Administração Interna e atual secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, tentou chegar a acordo sobre ter mais polícias em Lisboa, enquanto "a atual candidata do bloco da esquerda estava nas manifestações contra os polícias"
Com essa referência, Moedas procurou demonstrar a pluralidade de posições por parte do PS, lembrando que Alexandra Leitão foi a candidata escolhida pelo anterior secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.
"No próximo mandato, com a ajuda de todos, continuaremos sempre que possível, gradualmente, a baixar os impostos e as taxas aos lisboetas", prometeu o social-democrata, afirmando que ainda tem "muito a dar" quanto à governação de Lisboa, sobretudo na habitação, com a construção de "quase 5.000 casas no Vale de Chelas, no Vale de Santo António, no Casal do Pinto e na Quinta do Ferro", na mobilidade, com o elétrico 16 do Terreiro do Paço a Loures e com o metrobus que vai ligar Alcântara e Benfica a Oeiras, e na segurança, com novas soluções de policiamento comunitário.
No atual mandato (2021-2025), o executivo de Lisboa integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.
Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), Bruno Mascarenhas (Chega) e José Almeida (Volt).
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