PS/Setúbal pede análise não fulanizada dos resultados e revisão programática

A federação do PS/Setúbal pediu hoje uma "análise política não fulanizada" do "sério revés" das legislativas, defendendo que a declaração de princípios e o programa do PS devem ser revisitados para restabelecer um "encontro com as principais preocupações da sociedade".

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Lusa
23/05/2025 20:00 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

PS

Ainda antes da Comissão Nacional de sábado, para analisar os resultados da pesada derrota eleitoral do PS nas legislativas de domingo, a comissão política distrital do PS/Setúbal e o seu Conselho Estratégico reuniram-se extraordinariamente na quinta-feira e aprovaram uma resolução, à qual a agência Lusa teve acesso.

 

No texto, os socialistas apontam que as eleições de domingo "constituíram um sério e grave revés para o Partido Socialista", que" a direita radical passará a ter representação institucional relevante" e que os "passos que o PS tem agora de dar devem ser solidamente ponderados".

"Que se privilegia a análise política não fulanizada, ou seja, não centrada em pessoas, mas sim em causas, não se perdendo de vista, a razão do progressivo crescimento dos populismos de direita e do simultâneo definhamento dos partidos e mensagem de esquerda", pode ler-se.

Na deliberação é ainda proposto que "esse processo de análise seja acompanhado da revisitação -- mantendo a essência do seu espírito - da Declaração de Princípios do PS", recordando que foi no início dos anos 2000.

"E de uma revisão programática que restabeleça o encontro com as principais preocupações da sociedade, abrindo essa discussão a outros agentes cívicos, académicos, entidades representantes dos trabalhadores, associações e profissionais de diferentes setores", acrescenta.

Apesar daquilo que consideram ser "méritos inegáveis de muitas das medidas prosseguidas pelos Governos do PS", estes socialistas querem que seja feito um diagnóstico, "com racionalidade", das políticas e formas de comunicação que "geraram o desencontro vigente do PS com a sociedade portuguesa".

Outros dos alertas desta deliberação é que as eleições internas do PS respeitem as exigências dos próximos atos eleitorais, a começar pelas eleições autárquicas.

O presidente do PS, Carlos César, vai propor à Comissão Nacional do partido, que se reúne no sábado, a realização de eleições imediatas para o cargo de secretário-geral socialista, entre o fim de junho e início de julho, adiantou à Lusa fonte oficial na quinta-feira.

Esta proposta foi subscrita também pelo líder do PS demissionário, Pedro Nuno Santos, que logo na noite de domingo assumiu a responsabilidade do resultado eleitoral e pediu a demissão do cargo.

Caso este calendário seja aprovado, será expectável que a eleição ocorra entre "o final do mês de junho ou início de julho", disse a mesma fonte do partido.

Em alternativa a esta proposta do presidente do PS, o antigo candidato à liderança socialista Daniel Adrião, juntamente com outros dirigentes, propõem à Comissão Nacional do PS eleições primárias abertas apenas em outubro ou novembro, considerando mais sensato que o novo secretário-geral seja escolhido depois das autárquicas.

Segundo os resultados provisórios, e ainda sem os votos contados da emigração, o PS perdeu 20 deputados e tem, neste momento, 58 lugares no parlamento, com um resultado de 23,38%, ou seja, 1.394.491 votos.

Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu cerca de 365 mil votos num ano.

Este é o terceiro pior resultado da história do PS em termos de percentagem, tendo a marca só sido pior apenas em 1985, com Almeida Santos, e em 1987, com Vítor Constâncio.

Leia Também: Frente Comum antecipa agravamento dos ataques a direitos dos trabalhadores

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