Em declarações aos jornalistas após uma audiência com o Presidente da República no Palácio de Belém, que durou cerca de 45 minutos, Inês de Sousa Real afirmou que o PAN voltará a apresentar propostas de revisão constitucional "numa lógica de aprofundamento dos direitos já existentes".
A líder do PAN sublinhou que a "Constituição está por cumprir no acesso à habitação" e deve assegurar um direito dos mais jovens a "um clima estável" e também consagrar a proteção animal.
"A nossa visão de uma revisão constitucional é uma visão distinta dos grandes partidos ou daqueles que querem trazer um cunho marcadamente ideológico para a mesma. Queremos garantir, sim, que a Constituição é atualizada do ponto de vista do século XXI, quer naquilo que é a sua dimensão humanista, quer nas preocupações com o ambiente ou até mesmo a empatia para com outros seres", afirmou.
Sousa Real assegurou que o partido não vai alinhar numa "visão economicista" do Estado e tudo fará para que o "processo de revisão constitucional seja o mais participado possível e que possa responder aos desafios" deste tempo.
Questionada sobre a posição do partido em relação ao programa de Governo, a líder do PAN assegurou que o partido trabalhará, de forma construtiva, para que a agenda do Governo seja distinta e, por isso, está disponível para dialogar com o executivo, mas considerou prematuro estar a discutir a posição do PAN sobre moção de rejeição apresentada pelo PCP.
"Não nos faz sentido estarmos sequer a discutir uma moção de censura com um Governo que ainda nem sequer foi formado e nem foi apresentado. Mais uma vez achamos que o PCP, para vir marcar a agenda, se foi precipitar (...) deveríamos em primeiro lugar conhecer este programa do Governo e distanciar-nos muito em relação àquilo que é o anterior programa", afirmou.
Sobre a possibilidade acordos à esquerda nas próximas autárquicas - assunto abordado esta quinta-feira pela líder do BE depois da audição em Belém - Inês de Sousa Real confirmou que tem havido diálogo com outras forças políticas para assegurar progressos, no poder local, na aposta na economia verde, políticas de bem-estar animal e proximidade com os cidadãos.
O partido considera "fundamental" ter "mais força e representatividade nas várias autarquias" onde já conseguiram ser eleitos e em novas autarquias, bem como "pela, primeira vez, conseguir lugares de vereação"
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