Ventura reage a inquérito do MP sobre ciganos: "Fomos ameaçados"

Segundo André Ventura, "o Chega decidiu que chega de proteção" à comunidade cigana e vai também "entregar à justiça" as ameaças de que foi alvo.

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© ANDRE DIAS NOBRE/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
23/05/2025 16:52 ‧ há 7 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

André Ventura

O líder do Chega, André Ventura, reagiu esta sexta-feira à abertura de um inquérito, por parte do Ministério Público (MP), à publicação de vídeos a criticar a comunidade cigana e lamentou que as associações que apresentaram queixa por "incitamento ao ódio" não tenham condenado a "violência" de que foi alvo.

 

"Acho que é importante que fique claro: Não foi o Ministério Público, ou a Polícia Judiciária, ou qualquer órgão criminal, que decidiram levar a cabo a abertura deste inquérito por sua própria iniciativa ou por considerarem haver indícios de crime de incitamento ou ódio de declarações que tenha feito", disse, em conferência de imprensa.

André Ventura sublinhou que o inquérito foi aberto "pela queixa e participação de dez associações representativas da comunidade cigana portuguesa".

"O Chega e eu próprio, visado nestas queixas, confiamos na justiça portuguesa. Sabemos e entendemos que é necessário cumprir procedimentos e cumprir a lei quando são feitas queixas. Não queremos e nunca quisemos estar acima da lei", frisou.

O líder do Chega lamentou que "as mesmas associações que fizeram queixa e participação ficaram caladas e em silêncio" quando a "violência tomou conta" da campanha eleitoral do partido.

"Éramos ameaçados de Norte a Sul do país por membros dessa mesma comunidade cigana, que nos cuspiam, nos atacavam, que atacavam os veículos do Chega e que nos atacaram nomeadamente com morteiros e artigos de pirotecnia, que passaram a centímetros de mim próprio", atirou.

"Uma distância menos calculada e teríamos uma tragédia ainda maior do que aquela que tivemos", acrescentou. "Tudo isto foi levado a cabo pela comunidade cigana em vários pontos do país".

"Destas mesmas associações que fizeram queixa contra mim não ouvi qualquer palavra de condenação desta violência", disse ainda.

André Ventura disse ter sido alvo do "maior nível de ameaça da história" do partido. E exemplificou: "Ameaças personalizadas, direcionadas e vocacionadas com o objetivo de me eliminar fisicamente ou à minha família".

Assim, "o Chega decidiu que chega de proteção" à comunidade cigana e André Ventura anunciou que irá "entregar à justiça" as ameaças de que foi alvo.

Uma queixa que será apresentada "no mesmo momento em que este inquérito for levado a cabo e em que eu seja chamado. É preciso que a Justiça e o Ministério Público possam, de uma vez por todas, dizer a esta comunidade que não vive em nenhum regime de exceção em Portugal e que tem de cumprir as mesmas regras que todos os outros. Que não pode ameaçar, que não pode condicionar, que não pode atacar sem que nada aconteça", acrescentou.

Sublinhe-se que foi anunciado, na quarta-feira, que o Ministério Público abriu um inquérito aos vídeos publicados por André Ventura nas redes sociais, que mostram o líder do Chega a criticar a comunidade cigana. 

As queixas relacionadas com os vídeos publicados nas páginas de André Ventura, e em que o líder do Chega surge a falar sobre a comunidade cigana, foram apresentadas por 10 associações, adiantou à Lusa o vice-presidente da Associação Letras Nómadas, Bruno Gonçalves.

Leia Também: "As eleições de domingo mudaram completamente o panorama político"

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