"À medida que a situação no Sudão piora e as necessidades humanitárias atingem níveis críticos, as partes em conflito devem tomar medidas urgentes para proteger os civis e permitir e facilitar o acesso humanitário aos necessitados, de acordo com as suas obrigações", disseram num comunicado conjunto um grupo de países (nomeadamente, Estados Unidos, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Suíça e ainda a União Africana e a ONU.
Este grupo de países "está consternado com a contínua deterioração da situação humanitária no Sudão, nomeadamente pelo crescente número de pessoas que sofrem de desnutrição severa e fome, assim como pelos inúmeros obstáculos que atrasam ou bloqueiam as intervenções em áreas-chave", acrescentaram.
Desde abril de 2023, o Sudão está mergulhado numa guerra entre o chefe do exército, o general Abdel Fattah al-Burhan, e o seu antigo aliado, Mohamed Hamdan Daglo, chefe dos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
A guerra causou dezenas de milhares de mortes, deslocou milhões de pessoas e provocou o que a ONU descreve como a "pior crise humanitária do mundo".
No Sudão, o exército controla o norte, o leste e o centro do país, enquanto as RSF dominam quase todo o Darfur e, com os seus aliados, partes do sul.
Os países da coligação pediram especificamente para que sejam "eliminados todos os obstáculos burocráticos que impedem e dificultam as atividades humanitárias" e para que as partes em conflito se comprometam "a manter abertas as principais rotas de abastecimento para os comboios e o pessoal humanitário, nomeadamente através de pausas humanitárias e outras disposições, conforme necessário".
Também pediram às partes que permitissem "uma presença humanitária sustentada da ONU em todo o país, especialmente nas áreas onde as necessidades humanitárias são urgentes, incluindo nas regiões de Darfur e Cordofão", assim como a restauração do acesso às telecomunicações.
De acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), o país também está a enfrentar a pior epidemia de cólera em anos, alimentada pelo conflito em curso.
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