Hezbollah avisa Governo libanês para perigo de guerra civil

O líder do Hezbollah, Naïm Qassem, avisou hoje que a decisão do governo libanês de desarmar o seu movimento até ao final do ano pode conduzir a uma guerra civil.

membros do Hezbollah

© Getty Images/Houssam Shbaro/Anadolu

Lusa
15/08/2025 09:46 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Hezbollah

Num discurso difundido pela televisão do Hezbollah, Al-Manar, Naïm Qassem acusou o governo libanês de "entregar o país" a Israel ao empenhar-se no desarmamento do seu movimento.

 

O dirigente do movimento xiita libanês assegurou que o Hezbollah vai lutar para conservar as armas, após um encontro com um responsável iraniano.

O Irão, que saiu enfraquecido da guerra com Israel, que destruiu uma parte do seu arsenal, é o principal aliado do Hezbollah. Na semana passada, o Governo libanês encarregou o Exército de preparar um plano para desarmar o Hezbollah até ao final do ano, sob pressão dos Estados Unidos e entre receios de uma nova ofensiva israelita.

O movimento xiita, a única fação libanesa autorizada a manter as suas armas após a Guerra Civil Libanesa (1975-1990) e que esteve em conflito aberto com Israel ao longo do ano passado, acusou o Governo de cometer um "pecado grave" e declarou que iria ignorar esta decisão.

No sábado, o Irão, através de Ali Akbar Velayati, conselheiro do líder supremo, Ali Khamenei, declarou a sua oposição ao desarmamento do Hezbollah, tendo Beirute condenado de imediato a "interferência flagrante" de Teerão.

Logo após a decisão do Conselho de Ministros libanês, tomada na passada quarta-feira, a diplomacia de Beirute já tinha acusado o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, de "ingerência inaceitável", após declarações em que prevê o fracasso do desarmamento do Hezbollah.

"Este tipo de declarações prejudica a soberania, a unidade e a estabilidade do Líbano e constitui uma interferência inaceitável nos seus assuntos internos", criticou.

Teerão é considerado o principal patrocinador do Hezbollah, tendo alegadamente estado na origem da criação do grupo xiita, que financia e equipa com armamento há décadas.

A par do Hamas na Palestina e dos Huthis do Iémen, o Hezbollah constitui o chamado eixo da resistência apoiado por Teerão, e que se envolveu em hostilidades militares com Israel, logo após o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.

Após quase um ano de troca de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou uma forte campanha aérea no verão do ano passado, que decapitou a liderança do movimento xiita, incluindo o seu líder histórico, Hassan Nasrallah, e vários outros altos membros da sua hierarquia política e militar.

Desde o cessar-fogo em vigor desde novembro com Israel que o Estado libanês tem procurado concentrar todo o armamento do país nas mãos das forças de segurança oficiais, mas até agora estava a favorecer entregas voluntárias de armas por receio de uma escalada interna.

Israel continua no entanto a visar posições e alvos alegadamente do Hezbollah e ameaça voltar a intensificar as suas operações militares caso o movimento não se desarme.

Leia Também: Hezbollah agradeceu o apoio de Teerão aos grupos que combatem Israel

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