Segundo a CHRD, Gao não é visto desde 13 de agosto de 2017, quando tentou escapar à vigilância a que estava sujeito, na província central de Shaanxi, com a ajuda de ativistas.
A ONG indicou que o advogado foi detido por agentes que se acredita serem oriundos de Pequim e Shaanxi e que, desde então, as autoridades não reconheceram oficialmente a sua custódia.
Gao, que na década de 1990 defendeu membros de comunidades religiosas, vítimas de corrupção e casos relacionados com a liberdade de expressão, começou a ser alvo de medidas punitivas em 2005, quando o seu escritório foi encerrado e perdeu a licença para exercer, referiu a organização.
Em 2006, foi condenado por um tribunal de Pequim a três anos de prisão, com pena suspensa e cinco anos de liberdade condicional, por "incitar à subversão do poder do Estado".
Entre 2007 e 2010, Gao foi alvo de vários desaparecimentos forçados por parte das autoridades de Pequim e Shaanxi, segundo a CHRD.
Em 2011, um tribunal revogou a liberdade condicional e enviou-o para a prisão para cumprir a pena original, após o que foi colocado em prisão domiciliária em Shaanxi, onde, de acordo com a ONG, não teve acesso adequado a cuidados médicos, apesar dos problemas de saúde resultantes do encarceramento.
"As autoridades chinesas têm a obrigação legal de esclarecer o paradeiro, o bem-estar e a situação de Gao", afirmou Sophie Richardson, codiretora executiva da CHRD.
A organização lembrou que, em 2017, o Governo chinês informou especialistas independentes da ONU que o desaparecimento de Gao estava sob investigação policial.
"A minha família esgotou todas as vias e recursos possíveis, mas continuamos sem qualquer informação sobre o seu paradeiro", afirmou a esposa, Geng He, apelando para "que se continue a procurar Gao", como prova da "coragem e capacidade para defender esta última linha de defesa da justiça", segundo o comunicado da ONG.
O Reino Unido, a Suíça e os Estados Unidos, assim como a União Europeia, levantaram o caso no Conselho de Direitos Humanos da ONU em várias ocasiões desde 2018, sem que Pequim tenha fornecido informações sobre o paradeiro do advogado.
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