Donald Trump afirmou que vai enviar uma proposta ao Capitólio para alargar o controlo sobre o Departamento de Polícia Metropolitana (MPD) da capital, que passou a controlar na segunda-feira através de uma Declaração de Emergência Nacional.
Durante uma aparição no Kennedy Center, o Presidente norte-americano afirmou que a maioria republicana no Congresso aprovará o prolongamento sem dificuldades e voltou a atacar os democratas, que acusou de "não fazerem nada para impedir o crime" na cidade.
Ao contrário dos 50 Estados norte-americanos, o município de Washington DC possui uma relação especial com o Estado federal, um estatuto que limita a autonomia.
A Guarda Nacional norte-americana, um contingente de militares da reserva, começou na terça-feira a chegar às ruas de Washington, enquanto a autarca da capital e a procuradora-geral Pam Bondi discutiam "uma estratégia" de combate à criminalidade.
Hoje, Trump indicou que o governo federal colaborou com a autarca, Muriel Bowser, nos últimos seis meses, mas que os números oficiais da criminalidade "estão piores do que nunca" e acusou as autoridades locais de manipularem as estatísticas.
Segundo dados da polícia de Washington, os crimes violentos diminuíram 26% nos primeiros seis meses de 2025, em comparação com o ano anterior.
No mesmo período, os homicídios caíram 12%, contradizendo o cenário traçado pelo Presidente republicano.
Segundo a Casa Branca, nas primeiras 24 horas de policiamento federal foram feitas 23 detenções por vários crimes, com 850 agentes federais a realizar operações em diversas zonas da cidade.
Para apoiar as patrulhas noturnas, o Presidente norte-americano ordenou o envio de efetivos da agência de investigação federal (FBI) e do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).
O líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries, criticou a decisão do Presidente, afirmando que este não tem "credibilidade na questão da lei e da ordem" e que os homicídios na capital estão nos níveis mais baixos em 30 anos.
O Presidente republicano também prometeu que a iniciativa não se limitará a Washington, onde decretou o estado de emergência, e ameaçou seguir o mesmo processo em outras cidades de maioria democrata, como Nova Iorque, Chicago e Los Angeles.
Em junho, Trump já tinha mobilizado a Guarda Nacional da Califórnia, contra a opinião do governador democrata, Gavin Newsom, afirmando querer repor a ordem em Los Angeles, na sequência de protestos contra detenções de imigrantes pelo ICE.
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