Economista da Casa Branca nomeado para conselho de governadores da Fed

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou hoje que vai nomear o seu conselheiro económico Stephen Miran para o conselho de governadores da Reserva Federal (Fed), preenchendo temporariamente a vaga no banco central.

Stephen Miran

© Aaron Schwartz/Sipa/Bloomberg via Getty Images

Lusa
07/08/2025 21:40 ‧ há 2 horas por Lusa

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Fed

O nomeado de Trump é atualmente presidente do conselho de assessores económicos da Casa Branca e irá preencher uma vaga deixada inesperadamente pela governadora Adriana Kugler, nomeada pelo ex-presidente Joe Biden, que renunciará ao cargo na sexta-feira.

 

Se for aprovado pelo Senado, onde os republicanos detêm a maioria, Miran exercerá funções por quatro meses, até 31 de janeiro de 2026, decorrendo até lá o processo de escolha de um nomeado para um mandato completo.

Regulador federal independente do governo, a Fed tornou-se palco de uma batalha política, com Trump a fazer insistentes críticas ao atual presidente do banco central, Jerome Powell, por manter inalteradas as taxas de juro de curto prazo.

Miran tem sido um grande defensor dos cortes de impostos e dos aumentos das tarifas aplicados por Trump, argumentando que irão gerar crescimento económico suficiente para reduzir os défices orçamentais.

Também desvalorizou o risco de as tarifas de Trump gerarem inflação mais elevada, uma grande fonte de preocupação para Powell.

Powell tem defendido a independência da instituição, em nome do "interesse público" e para impedir que os políticos "influenciem os juros para fins eleitorais, por exemplo".

Esta semana, Trump descartou a nomeação do secretário do Tesouro, Scott Bessent, para suceder a Powell, quando o mandato deste na Fed terminar em maio de 2026.

Trump terá quatro nomes para o cargo, mas apenas avançou dois: Kevin Warsh, ex-membro do conselho de governadores da Fed, e Kevin Hassett, um dos assessores económicos mais próximos do presidente.

A economista Adriana Kugler renunciou na sexta-feira passada ao cargo de membro do conselho de governadores do banco central, sem explicar os motivos da saída antecipada.

"Estarei sempre orgulhosa do importante trabalho que realizei enquanto governadora da Fed", escreveu Adriana Kugler na sua carta a Donald Trump, divulgada à imprensa.

Concluiu agradecendo a Jerome Powell "pelo seu compromisso inabalável com a Reserva Federal e o povo americano".  

No início da semana passada, Kugler não pôde comparecer na reunião do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) da Fed nem votar sobre as taxas de juro.  

Um porta-voz do banco central informou que foi por um "motivo pessoal" que faltou à reunião em que foi mantida a taxa de juro de referência inalterada, no nível onde está desde dezembro, no intervalo entre 4,25% e 4,50%.

Dos 112 membros do FOMC, dois votaram contra a manutenção da taxa no nível atual, um nível de dissensão desconhecido desde há mais de 30 anos.

Os dois votos contra vieram dos governadores Christopher Waller e Michelle Bowman, nomeados por Trump no seu primeiro mandato.

Num contexto de crescente pressão política sobre os reguladores financeiros, Trump assinou hoje uma ordem executiva que determina uma investigação sobre se os bancos discriminaram clientes conservadores e algumas atividades incluindo o fabrico de armas e as criptomoedas.

Invocando os vastos poderes presidenciais para perseguir entidades que alega terem-no discriminado a si e aos seus aliados, a ordem executiva de Trump aborda uma questão conhecida como "desbancarização", que ocorre quando os bancos fecham contas de particulares ou se recusam a fazer negócios com determinados setores.

Trump já tinha acusado o JPMorgan e o Bank of America de o terem 'desbancarizado' a ele e às suas empresas no passado, algo que ambos os bancos negaram.

Hoje, o presidente ordenou aos reguladores bancários federais que garantam que os bancos não discriminam indivíduos ou empresas pelas suas crenças políticas ou religiosas e ordenou que investiguem potenciais casos de discriminação e os encaminhem para o Departamento de Justiça.

A medida pode expor os bancos a potenciais investigações civis ou criminais, multas ou punições, refere a AP.

Leia Também: Trump divulgará esta semana novos nomes para FED e estatísticas do Trabalho

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