Pelo menos três corpos encontrados na província de Cabo Delgado

Pelo menos três corpos foram encontrados no posto administrativo de Chiúre Velho, na província moçambicana de Cabo Delgado, palco de ataques de grupos extremistas desde 24 de julho, disse hoje à Lusa fonte oficial.

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Lusa
06/08/2025 10:35 ‧ há 2 horas por Lusa

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Segundo fonte da Força Local, paramilitares que apoiam o combate aos grupos de rebeldes que atuam em Cabo Delgado desde 2017, os corpos, visivelmente baleados, foram encontrados na terça-feira, nas matas da localidade, numa zona de produção de mandioca, milho e gergelim, a cerca de 30 quilómetros da vila sede de Chiúre, sul da província.

 

"São corpos de maiores de idade, acharam e comunicaram as autoridades do distrito, mas ninguém sabe quem são porque o estado dos corpos não é dos melhores", relatou a mesma fonte, a partir de Chiúre.

Os corpos foram encontrados por um grupo de militares que patrulhava a região, na sequência da atual onda de ataques no sul da província de Cabo Delgado. No terreno, disse ainda, estão forças compostas por militares moçambicanos e do Ruanda.

"Tanto em Chiúre Velho, como em Ocua temos força, a ideia é controlar o movimento dos rebeldes", disse ainda a fonte da Força Local, acrescentando que em alguns zonas a população está a retornar às aldeias.

Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho em Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De acordo com o mais recente relatório da OIM, com dados de 20 de julho a 03 de agosto, divulgado esta semana, "a escalada de ataques e o crescente medo de violência" por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre levaram ao deslocamento de 57.034 pessoas, num total de 13.343 famílias.

Incluem-se 490 grávidas, 1.077 idosos, 191 pessoas com problemas de mobilidade e 126 crianças separadas dos pais, que chegam a andar mais de 50 quilómetros, pela mata, noite e dia, sobretudo em direção à sede do distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado.

Trata-se do maior pico de deslocados por ataques, com destino a Chiúre sede em cerca de um ano.

A OIM acrescenta que os agentes no terreno apontam que "a alimentação é a necessidade humanitária mais urgente", seguida de abrigo e itens não alimentares.

Deste total de deslocados, 22.939 foram abrigados em Namisir e 27.558 em Micone, em ambos os casos em duas escolas da vila de Chiúre.

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram na segunda-feira novos ataques nos distritos de Chiúre e Muidumbe, com pelo menos cinco pessoas decapitadas, num momento crescente de violência naquela província moçambicana.

Na reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico, refere-se que numa aldeia de Chiúre foram capturadas e decapitadas quatro pessoas, na sexta-feira. No domingo, outra pessoa foi capturada e morta em Muidumbe, igualmente por elementos alegadamente pertencentes ao grupo Ahlu-Sunnah wal Jama`a (ASWJ).

Vários distritos de Cabo Delgado, sobretudo Chiúre, estão a registar uma crescente atividade por parte de elementos destes grupos nos últimos dias. Na semana passada, extremistas reivindicarem também a decapitação, em locais diferentes, de pelos menos três cristãos moçambicanos.

O ministro da Defesa Nacional admitiu, na quinta-feira, preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.

"Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos", disse o ministro Cristóvão Chume, aos jornalistas.

A província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma insurgência armada que já provocou mais de um milhão de deslocados.

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