Os protestos incluíram cartazes com a imagem da vítima, de apelido Lai, e cânticos a pedir uma "investigação justa". Vídeos partilhados na rede social X, fora do alcance da censura habitual nas plataformas chinesas, mostram confrontos com a polícia e detenções pontuais.
A revolta popular intensificou-se após o anúncio, pelas autoridades policiais, de que as agressoras seriam alvo apenas de "medidas administrativas" e enviadas para um centro educativo correcional. A decisão foi tomada doze dias depois de a queixa ter sido apresentada, um intervalo considerado excessivo por muitos internautas.
Antes disso, uma fotografia amplamente partilhada nas redes mostrava familiares de Lai ajoelhados perante um funcionário local, a pedir justiça, o que aumentou ainda mais a pressão social.
A agressão, filmada nas imediações de um estabelecimento de ensino, mostra Lai a ser esbofeteada por pelo menos duas colegas, de apelidos Liu e Peng. Num dos vídeos, uma das agressoras gaba-se de ter estado "mais de dez vezes" numa esquadra sem "nunca ter ficado mais de vinte minutos".
No mesmo dia da agressão, a 22 de julho, Lai dirigiu-se com o pai à polícia para apresentar queixa. Após um exame médico preliminar, regressou mais tarde para prestar declarações.
Segundo o jornal local The Paper, entre 24 de julho e 3 de agosto, a polícia interrogou todas as testemunhas e solicitou um laudo forense, segundo as normas nacionais de avaliação de danos corporais, que recomendam examinar a vítima entre uma e duas semanas após a estabilização das lesões.
A 3 de agosto, os médicos descartaram fraturas ocultas e classificaram os ferimentos como ligeiros. No dia seguinte, as autoridades encerraram o caso com a aplicação de sanções administrativas.
De acordo com o mesmo jornal, as agressoras e os seus pais apresentaram desculpas formais. A família de Lai agradeceu o apoio recebido, mas pediu que o vídeo da agressão deixe de circular, para "evitar mais danos" à menor e para "retomar a normalidade o quanto antes".
O caso soma-se a outros episódios recentes de violência escolar na China, que levaram o Ministério da Educação a reforçar programas de mediação e a lançar campanhas contra o 'bullying' entre estudantes.
Veja as imagens das manifestações na galeria acima.
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