Em comunicado divulgado através das redes sociais, o VP instou ainda a comunidade internacional a deixar o silêncio e a pressionar para que sejam libertados os presos políticos na Venezuela.
"Há um ano, enquanto os venezuelanos seguiam com indignação a onda repressiva da ditadura de Nicolás Maduro após a sua fraude eleitoral, o regime raptou o nosso irmão Roland Carreño em Caracas", acusou o VP, um dos partidos que insistem que Edmundo González Urrutia ganhou as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.
Na rede social X, o VP diz que, "desde então, o regime tem violado diariamente os direitos humanos" de Roland Carreño.
"Negaram-lhe o acesso à sua família e aos seus advogados, tendo sido submetido a um prolongado confinamento solitário em El Helicoide [prisão para reclusos e condenados de Caracas], o maior centro de tortura da região", explica, sublinhando que Roland Carreño conhece o país, a sua história e está "injustamente privado da sua liberdade".
"Hoje, como temos feito todas as semanas desde o seu rapto, reiteramos que Roland Carreño é inocente e que não descansaremos enquanto não o virmos em liberdade [...] Reiteramos também o apelo à comunidade internacional para que não deixe de fazer tudo o que for possível para a sua libertação e a de todos os presos políticos na Venezuela. O silêncio não é uma opção", explica.
Por sei lado, também o Sindicato de Trabalhadores da Imprensa (SNTP, siglas em castelhano) pediu a libertação de Roland Carreño, que definiu como "um perspicaz cronista social, preso por promover uma mudança na Venezuela".
"Roland Carreño está há um ano em prisão. Está detido por se atrever a pensar de forma diferente e denunciar as desigualdades na Venezuela. Acusado de terrorismo e conspiração sem provas", disse o SNTP na rede social X, onde vinca que "o seu único crime é defender a liberdade".
Ronald Carreño foi detido em duas oportunidades pelas autoridades venezuelanas.
A primeira detenção teve lugar em 26 de outubro de 2020 sob a acusação de financiamento do terrorismo, conspiração e tráfico ilícito de armas de guerra. Foi libertado a 18 de outubro de 2023, no âmbito de um acordo assinado entre o chavismo e a principal coligação da oposição, a Plataforma Democrática Unida (PUD).
Roland Carreño foi novamente detido a 2 de agosto de 2024, dias depois das eleições presidenciais de 28 de julho.
Em 17 de agosto de 2024, a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos concedeu medidas cautelares de proteção a Roland Carreño, por considerar que se encontra numa situação grave e urgente de risco de danos irreparáveis aos seus direitos.
Esta semana o partido VP e a PUD denunciaram que o ex-deputado Freddy Superlano, aliado da líder da oposição Maria Corina Machado, está detido "injustamente" há um ano.
O VP denunciou ainda que o seu dirigente nacional José Riera está desaparecido desde 26 de julho, dia em que terá sido detido arbitrariamente.
Segundo a organização não governamental Foro Penal, em 21 de julho de 2025 a Venezuela tinha 853 pessoas detidas por motivos políticos, 759 homens e 94 mulheres.
Do total de presos políticos, 684 são civis e 169 militares, 849 adultos e quatro adolescentes.
81 dos detidos são de nacionalidade estrangeira, explica na rede social X, sem precisar quais as nacionalidades.
O VP desconhece o paradeiro de 46 presos políticos na Venezuela.
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